“O que sai do homem é que o torna ‘impuro’. Pois do interior do coração dos homens vêm os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios, as cobiças, as maldades, o engano, a devassidão, a inveja, a calúnia, a arrogância e a insensatez. Todos esses males vêm de dentro e tornam o homem ‘impuro’ “.
(Mc 7.20-23)
Jesus estava em Genesaré pregando e curando enfermos quando foi confrontado pelos fariseus e escribas do porque os seus discípulos não andavam conforme a tradição dos anciãos por não lavarem as mãos antes de comer (Mc 6.53-7.6). A tradição dos anciãos correspondia a uma coleção de preceitos, adicionais a Lei de Moisés, que pretendia guiar o israelita na aplicação dos mandamentos por meio das variadas circunstâncias da vida. Os escribas e fariseus transformaram a vida espiritual num fardo pesado, com muitas regras e normas; eles pensavam que da observância dessas regras e cerimônias de purificação dependia a própria salvação deles. Eram homens que seguiam rituais vazios e queriam que os outros fizessem o mesmo. Jesus responde a acusação deles com uma parábola que logo depois a explica aos seus discípulos; o ensinamento central era: o que contamina o homem é o que vem de dentro, do coração!
Dentro disso, gostaria de destacar alguns ensinamentos importantes para nós:
1º) A total depravação do homem – todos os homens são pecadores e estão corrompidos, depravados em cada parte de seu ser – emoção, pensamento, vontade e ação. O homem não está apenas enfermo ou 99% doente, ele está 100% morto (Rm 3; Ef 2). Por estar totalmente depravado, o homem não consegue se salvar e ter um relacionamento com o Deus santo.
O filósofo Jean Jacques Rousseau dizia que: “o homem nasce bom e a sociedade o corrompe”. Porém Jesus diz que o mal não vem de fora, mas vem de dentro; o mal não está no ambiente, mas está no coração. O coração do homem é a fonte de toda contaminação moral e espiritual.
2º) A religião não purifica o homem – os fariseus e escribas queriam se livrar da impureza através de atos externos e rituais religiosos. Se apegavam a tradição para se livrarem da contaminação; usavam a religião para uma tentativa de justificação; lavavam as mãos pensando que limpariam o coração; faziam cerimônias para abafar a consciência. Mas a religião não conseguia resolver seus problemas e não consegue também hoje; como diz um teólogo: “Esses males não podem ser corrigidos por meio de um ritual ou de uma dieta; não podem ser controlados pelas leis, religiosas ou civis”.
Jesus diz que os fariseus e escribas são como diz o ditado popular: “Por fora bela viola, por dentro pão bolorento”. Ele diz que nenhuma religião e tradição do mundo pode mudar e resolver a condição do homem.
O homem não pode se salvar por obras praticadas.
3º) O único remédio – o poderoso remédio não vem de nós, nem de forças interiores ou de intervenções humanas; o único remédio é um novo coração. Jesus fala para nós enfrentarmos a realidade de nossos pecados por meio de arrependimento e crer na misericórdia de Deus demonstrada na morte de seu Filho. Precisamos da graça purificadora, precisamos “nascer de novo”, precisamos de regeneração. O evangelho trabalha de dentro para fora, produzindo novos frutos no interior e no exterior. O homem precisa do evangelho e não de religião, de Jesus e não de métodos, da graça e não de obras, de santidade e não de rituais, do Remédio e não de genéricos.
A necessidade de regeneração deve-se à total depravação” (A W Pink)
Algumas aplicações:
– Se você ainda não “nasceu de novo”, se renda a Jesus e deixe seus trapos de imundícias (Is 64); não há outro remédio e salvação para o homem a não ser em Jesus
– Não viva de atos externos e tenha seu interior podre
– Não use a religião para disfarçar sua necessidade do evangelho verdadeiro
– Jesus condena também nossos pecados interiores e obscuros; não só o que praticamos com as mãos mas também os que praticamos com a mente
– Não pense que seu título, cargo ou posição na igreja te isenta e purifica de alguma coisa
– Se você conhece a Escritura deixe que ela te liberte e não que te condene
– Cuidado com tradições e interpretações enganosas que mais traz escravidão do que liberdade em Cristo
– Não ponha peso sobre os outros com tradições humanas e religiosidade morta
– A verdadeira espiritualidade não é ritual ou cerimonial, mas procede da sinceridade do coração
– Hoje ainda é tempo de se arrepender e ter um novo coração!
SOLI DEO GLORIA
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