Provavelmente somos uma das gerações mais conectadas de todos os tempos. Podemos falar com pessoas de todo o mundo em nossos telefones. Podemos enviar e-mail, Face Time e mensagens de texto. Vivemos em um mundo que busca conexão, quer comunhão, prega paz e tolerância e ama a diversidade. Um mundo unido em amor – esse é o sonho político de nossos dias.
E muitas igrejas e cristãos acabam engolindo isso. Vamos reunir todas as religiões sob o mesmo teto. Vamos esquecer nossas diferenças. No fundo somos todos iguais, certo? Não vamos evidenciar nossas diferenças. Vamos nos concentrar no que nos une. No entanto, isso vai contra palavras de Paulo para a igreja em 2 Coríntios 6.14: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos”.
Isso não é muito amoroso, é? Na primeira metade do versículo 17, ele é mais enfático “Saia do meio deles. Separe-se deles”. Isso soa um pouco intolerante, certo? Não parece amoroso. No entanto, esse tipo de linguagem está em toda a Bíblia. Tiago 4.4 é igualmente forte: “Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. Então, o que está acontecendo aqui? Por que a Bíblia é tão dura? Como podemos viver como cristãos e estar separados do mundo? Eu deveria estar pensando em comprar um terreno no deserto e iniciar uma comunidade cristã?
Quando Paulo escreveu essas palavras, a igreja em Corinto estava uma bagunça. Os chamados cristãos estavam envolvidos em pecados evidentes e qualquer tipo de compromisso moral e teológico. Paulo quis lembrá-los de que um relacionamento com Jesus deveria ser exclusivo. Assim, por exemplo, os cristãos não podiam reivindicar adorar a Jesus e visitar as prostitutas do templo que eram comuns em Corinto no primeiro século.
Para mostrar seu ponto de vista, Paulo faz cinco perguntas seguidas: “que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos”? (2Co 6.14–16).
A resposta esperada para essas perguntas é “nenhuma” ou “nada”. Os cristãos vivem para agradar a Deus. Os incrédulos vivem para agradar a si mesmos.
Os cristãos são chamados a andar na luz. Os incrédulos andam na escuridão. Colossenses 1.13 coloca desta maneira: Ele [Deus] nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor”, Jesus é a luz do mundo, e os crentes são atraídos por ele como mariposas para uma vela, mas, não para o resto da humanidade, eles “amam mais as trevas do que a luz, porque suas ações são más” (Jo 3.19).
Mas é realmente verdade que um crente e um incrédulo não têm nada em comum? Alguns cristãos sentem que têm mais em comum com os incrédulos do que com outros membros da igreja. Eles apoiam o mesmo time esportivo. Eles têm a mesma política. Eles gostam dos mesmos programas de TV. Mas Paulo não está falando sobre o que temos em comum como pessoas em geral. Ele está falando espiritualmente. Se Jesus não tem nada em comum com Satanás, então os filhos de Deus não têm nada em comum com os filhos de Satanás. Um não cristão não vê o mundo como nós. Valorizamos as verdades espirituais e as coisas espirituais, e eles se preocupam com o material e com este mundo. Eles não vivem com a vida após a morte em mente.
Paulo nos lembra em Efésios 4.17–19:
“Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração, os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza.”
Então, o que isso tudo significa? A Bíblia está dizendo que, para evitar ser corrompido pelo mundo, não devemos sair com não cristãos? Não. Como realizaríamos a Grande Comissão sem um relacionamento profundo com os incrédulos? Pense em Jesus. Ele se metia em todo tipo de problemas por sair e comer com os pecadores. Em 1 Coríntios 5, o mandamento é para não nos associarmos a alguém que se chama cristão, mas vive como um incrédulo. Precisamos de mais cristãos verdadeiros dispostos a ter amizades com incrédulos, e não menos. O problema é que, se não nos separarmos dos “cristãos” verdadeiros, nosso testemunho será prejudicado.
Alguns cristãos pensam que a resposta para o mundanismo é fazer compras em lojas cristãs, ir a barbeiros cristãos e sair em feriados cristãos. Eles então se perguntam por que acham difícil evangelizar os incrédulos. Outros acham que sair para beber ou ir às baladas com os incrédulos para mostrar a eles como somos legais é o caminho a seguir. Não conheço uma pessoa que tenha sido convertida por esse tipo de “ministério”, mas conheço incontáveis cristãos que mancharam seu testemunho por embriaguez e imoralidade.
Então, como sei se estou em uma situação que significa que devo me separar completamente de alguém que não é crente? Aqui estão algumas coisas para pensar.
Quando estou com esses incrédulos, me sinto tentado e acabo caindo em comportamento pecaminoso?
Quando estou com não cristãos, estou defendendo a Bíblia e o modo de vida cristão ou estou mantendo minha cabeça baixa e seguindo o fluxo para não ofender?
As amizades e os relacionamentos que eu tenho me aproximam de Jesus ou me desviam dele ainda mais?
É claro que podemos ser amigos de não cristãos, mas nunca compartilharemos uma intimidade espiritual com alguém que não reconhece Jesus como Rei e Senhor. Queremos viver claramente vidas cristãs diante do mundo que nos observa.
Autor: Mez McConnell
Fonte: Voltemos ao Evangelho
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