Olá, meus amigos! Espero que estejam bem.

O título deste post não é sobre o Muro das Lamentações que é um local sagrado até hoje para os judeus, mas sobre uma ilustração que Deus me mostrou quando estava outra vez corrigindo meu procedimento. Explico.

Este tem sido um período bastante desafiador para mim. Poucas vezes me senti tão em crise comigo mesma como agora. Penso que o Senhor tem cavado fundo em temas que eu julgava já estar ok para que Ele possa me fazer caminhar a diante.

Eu estava orando sobre uma série de coisas e na minha mente veio a seguinte imagem: eu estava diante de um muro e estava voltada pra ele como se não houvesse outro lugar para o qual eu pudesse olhar. Em seguida, a imagem foi ampliada e eu não tinha qualquer outra barreira ao meu redor além daquela à minha frente, mas ainda assim, eu estava parada diante daquele muro. Na hora a frase que dá título a este texto ficou ecoando na minha mente.

Ignorei e continuei orando. A frase continuava lá. Na verdade ela ainda está aqui e parece um letreiro luminoso diante dos meus olhos todas as vezes que eu vou pra Deus, em oração, reclamar sobre algo que eu quero e não tenho, ou que eu tenho e não quero, etc. Todas as vezes que me deparo com algo que é travado por algo que eu não posso resolver na minha força, a frase vem: muro das limitações.

Eu costumava ser a pessoa que sabia da existência do muro, mas meus olhos estavam na imagem ampla que citei. Hoje, mais vezes seguidas me vejo com os olhos e todo o corpo voltados para o muro.

Períodos de intenso tratamento do Senhor ou de busca por autoconhecimento, que também implicam em ser moldada por Ele, tendem a me fazer focar no que está errado e precisa ser corrigido em mim. Mas, se depender de mim, eu perco o foco da parte que funciona. Eu foco apenas no que está errado. Mas não pense que isso significa que eu saio arrumando tudo, como quando me deparo com um lugar desarrumado… ao invés disso, eu travo. Fico ali, parada, diante das minhas limitações. Dai tenho uns “espasmos”, quero mudar tudo rápido, fico ansiosa, outra vez… não saio do lugar. Tenho outro pico emocional, porque toda a energia acumulada no meu corpo me empurra pra isso e, creio que o próprio Senhor me provoca a isso também, reconheço que preciso de ajuda, me envergonho das coisas que confesso e achava que já precisavam estar resolvidas, e outra vez… travo.

Parece um círculo vicioso, e é.

Eu escolhi me expor aqui, depois de semanas da frase ecoando na minha mente, e mesmo que ainda esteja lidando com isso, e não como costumo fazer que só passo para contar quando já funcionou, porque acredito que isso pode ser o mesmo grito de socorro de outra pessoa. Se este texto edificar alguém, essa exposição pessoal já valeu.

Enquanto o tempo travada passa, eu encontro coisas pra me distrair e convencer a mim mesma de que não estou parada. Mas o Senhor que tem pessoal interesse de que eu não empaque, não porque Ele precise, mas porque eu preciso, traz o assunto de novo, e de novo, e eu me irrito, eu choro e meus pés ainda estão lá… parados.

Enquanto escrevo para vocês, à minha mente viram imagens dos meus pés com aquelas bolas de ferro. Numa delas está escrito: COMPARAÇÃO. Na outra, INCREDULIDADE.

Sim, enquanto me exponho pra abençoar alguém, Ele trata também a mim.

Você, como eu, já deve ter ouvido inúmeras vezes que as comparações nos travam. O fato de focarmos no outro, faz com que percamos o privilégio de ser nós mesmos e de ter tudo o que o Senhor já nos deu. Enquanto focamos a grama do vizinho, desdenhamos a nossa, sem por vezes, como li em um livro dia desses, saber que a grama de lá era sintética. E a verdade, por mais difícil que seja admitir isso, é que NÓS ESCOLHEMOS nos comparar. Não precisávamos, mas insistimos em nos diminuir ao fazer tais comparações. E eu sei que é involuntário, lembre-se que eu faço isso também, mas é um comportamento aprendido e repetido tantas vezes que passou a ser considerado natural e “aceitável”, mas não é.

Não deveríamos nos sentir tentados a querer ser qualquer pessoa diferente daquela que o Senhor nos criou para ser. Ao contrário disso, deveríamos estar focados em fazer morrer em nós tudo que não foi gerado por Ele e pedir que Ele com seu amor, graça e misericórdia nos ensine a aperfeiçoar o que Ele já nos confiou. Mas insistimos em cobiçar o que o outro vive, sem conhecer a carga que ele carrega ou as renúncias que teve que fazer.

Precisamos, sim, precisamos nos arrepender disso. Não como quem tem remorso, mas como quem entende que ao se comparar, peca porque desdenha da obra de Deus. Que o Senhor tenha misericórdia de nós e que possamos reconhecer diariamente que precisamos da ajuda dEle para não focar o outro, mas Ele.

No outro pé a INCREDULIDADE. Sim, meus amigos, é a incredulidade que faz com que eu olhe pra mim e mesmo sabendo das coisas grandiosas que o Senhor já fez, não acredite que Ele pode transformar minhas limitações em oportunidades. Transformar a ausência em presença, a falta em abundância, a incapacidade em capacidade, etc. Racionalmente a frase fica ridícula… “Sério que você acredita que Deus abriu o mar, parou o sol, criou a Terra e tudo que existe nela, fez cegos enxergarem, mudos falarem, e você não acredita que Ele pode te transformar?” Infelizmente, é sério!

É vergonhoso, é ridículo, mas é pecado também. Não adianta usar outro nome. Novamente o arrependimento é necessário.

Talvez, você não identifique logo de cara as áreas em que tem sido incrédulo ou que tem se comparado. Talvez, as amarras nos seus pés sejam outras, mas este texto é um convite do Senhor para que você se permita enxergar o que te prende e um incentivo para que você permita que Ele te ajude a sair deste lugar. Vai por mim, sozinho você não sai daí. Eu já tentei. Você precisa de arrependimento, mas também precisa da ajuda do Senhor para mudar de perspectiva e de ações.

Quando a ansiedade para que o processo acabe logo bater aí, respire fundo e lembre que o Senhor é o dono do tempo. Ele deseja e vai nos ajudar a vencer tudo isso.

Deus te abençoe.
😉