Embora não muito praticada e às vezes adulterada, a doutrina da obediência a Deus nunca foi deixada de lado. Todo mundo sabe que a fé cristã demanda obediência ao Senhor, todos entendem isso (ainda que haja quem não quer entender). Acontece que, não raras vezes, a abordagem a este assunto desconsidera pontos igualmente importantes da fé.
O que nós muitas vezes compreendemos como obediência não é obediência aos olhos de Deus. Quando Cristo conversa com o jovem rico e expõe a ele os mandamentos os quais ele precisava guardar, ele diz:
Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda?
Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.
Mateus 19:20-22
Observe que, quando Jesus o ensina acerca de outro mandamento, o qual ele estava negligenciando, ele não acolhe as palavras do Senhor de bom grado. Que mandamento? O primeiro e mais importante de todos: amar o Senhor acima de tudo (Mc 12.30). O fato de ele por a sua riqueza e os seus bens acima de Deus fez com que os outros mandamentos que ele cumpria não tivessem o valor que ele esperava para o Senhor. O problema é que Deus não exige de nós uma mera obediência. Deus não é aquele pai cujo filho reclama enquanto obedece e tudo bem. O Senhor exige de nós obediência em amor. Precisamos reconhecer que Ele sabe o que é melhor pra nós e, portanto, devemos obedecê-lo com alegria.
De nada nos aproveitará a obediência desvinculada do amor. Lembre-se disso:
Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.
Salmos 1.1
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