A gente fica tanto se lamentando que antigamente é que as coisas eram boas. A gente ouve uma música, fecha os olhos e parece que vem uma amargo na garganta, um aperto no peito, uma saudade com pontinha de remorso porque aquele tempo não vai voltar.
Mas olhando pra dentro de mim, e olhando ao redor, pras minhas circunstancias, todos recursos que tenho, eu percebi que o que mudou não foi a musica. Talvez você, como eu, tenha mudado de igreja de lá pra cá, mas não foi a igreja que mudou. Também não foram as pregações. E se tem algo que não mudou foram os homens, as pessoas. Ah não, elas continuam iguais. Sabe o que mudou? O meu coração. Talvez você seja mais velho que eu e o passado de que mais se recorda é a sua adolescência. Mas o passado de que eu mais me lembro e tenho saudade, é da minha infância.
Quando falo da minha conversão genuína eu conto a partir dos meus 15 anos, que foi onde eu realmente decidi por Cristo e passei, eu mesma, a tomar minhas decisões baseadas na Palavra. Mas tenho lembranças da minha infância que ninguém vai tirar. Lembro que, se o mundo estivesse caindo lá fora, quando me fechava no meu quarto e orava baixinho, acontecia uma “mágica” quando eu saía de lá. Era como se nada mais me abalasse. A sensação que eu tinha era que eu havia chamado meu super-herói e ele já estava a caminho. Eu não ficava preocupada com o que as pessoas iam pensar de mim, do meu cabelo, da minha roupa. Eu só queria algo que não me atrapalhasse de pular. Meu coração pulava quando eu estava lá na frente fazendo coreografia dos kings kids e via as irmãzinhas sentadas cantando junto. Via minha mãe com os olhinhos brilhando. Ou então quando a gente tava numa praça e alguma criança do nosso tamanho toda suja parava pra ver e sorria. Eu sentia que algo muito maior que meu corpo queria pulsar de dentro de mim. Mas ao mesmo tempo, não estava só dentro de mim, era como uma atmosfera. Perguntava pra minha amiguinha se aquilo que eu estava sentindo ela estava também. Ah, e era aquilo que as pessoas se chamavam de presença de Deus. O super herói que me ajudou lá em casa tinha visto me ver dançar. Que emoção, Ele estava ali!
Lembro dos irmãos se abraçando com algum testemunho de cura, choravam de felicidade uns pelos outros. Talvez alguns disputassem status e atenção, como fazem hoje, mas eu não me lembro disso. Com certeza havia pecado na igreja, com certeza havia pessoas fofoqueiras. Com certeza, vez ou outra, se pregava um evangelho que não se parecia com o de Cristo, e vez ou outra se vivia um evangelho totalmente contrário ao de Cristo. Mas que engraçado, eu não me lembro disso!! O que mudou? O meu coração.
Hoje Jesus vem repetir pra gente: “Digo-lhes a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele.” (Marcos 10:15)
Eu não sei o que aconteceu na sua vida nos últimos anos, não sei o que entrou no seu coração para que não sobrasse mais espaço para a criança. Eu sei o que entrou no meu, pois o Espírito Santo é aquele que sonda e nos traz a memória coisas que precisam de confissão e concerto. Quebrante-se diante do Deus que quebra e refaz e que Ele te conduza de volta à infância perdida.
Deixo vocês com um vídeo que me inspirou nessa “quebra”:
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