Vivemos em uma cultura onde aprendemos desde crianças o “merecimento por trocas”, por exemplo: se uma criança não faz arte ganha um doce; se tira boas notas ganha um presente; se obedecem aos pais podem brincar na rua, e assim crescemos e nos acostumamos com a “meritocracia” – se é que posso dizer isso.
Mas, em um belo dia alguém nos fala do Evangelho, da nossa condição pecaminosa e da importância da Salvação, o que logo vem na nossa mente? “O que preciso fazer para merecer isso?”. E com a resposta: “Nada, pois ela é de graça”, nossa cabeça entra em parafusos. Como algo tão importante e sério é me dado assim “de graça”? Afinal, crescemos e aprendemos a “fazer por merecer” até nas mínimas coisas. Entramos em conflito.
Crescemos com frases do tipo “ninguém te dá nada de graça, meu filho”; “quando a esmola é demais o santo desconfia”; “ninguém dá ponto sem nó, se é de graça desconfie”, e por pensarmos assim que o evangelho da Graça acaba soando bem ofensivo. Porque no final das contas nós achamos que devemos fazer algo para merecer a Salvação.
Até mesmo na nossa religiosidade aprendemos as trocas. Observe as mensagens nos púlpitos hoje (boa parte deles), os líderes estão ensinando barganhas, a mensagem do “faça por merecer”, e assim colocam um fardo pesado demais nas costas dos seus liderados.
Mas a Bíblia é muito clara quando nos ensina que a Salvação não vem de obras, não é por nossos esforços, não é por nosso merecimento. Ela nos é dada, gratuitamente, segundo a bondade de Deus, através do Seu Filho Jesus.
Graça é “favor imerecido”. É um presente dado por Deus. A doutrina da Graça é um dos alicerces das 5 Solas do Cristianismo. Entendê-la muda completamente a forma como viveremos o nosso cristianismo.
O que temos que fazer é somente crer que Cristo já pagou os nossos pecados e nos reconciliou com Deus, nos apossarmos dessa verdade pela fé, e então seremos salvos. Todas as outras religiões do mundo dizem: “Venha, e faça”, o cristianismo é a única que diz: “Venha, já foi feito”.
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