O Senhor é o Deus da Aliança. E isso nos traz para o âmbito da família, porque Deus criou a família, que deveria cumprir os mandatos da criação. Não há, pois, melhor (nem anterior) lugar onde esses conceitos devam ser aprendidos.
A família é a agência designada por Deus como ponto de partida e base para a educação (Deuteronômio 6). Na família cada pessoa precisa começar a aprender sobre a cosmovisão bíblica, isto é, na família cada pessoa precisa adquirir primeiro uma perspectiva da realidade tal como Deus a vê. Os pais farão isso ensinando aos filhos os mandatos da criação, antes de qualquer discurso ou sermão, servindo eles mesmos de modelo para os seus filhos.
Na família temos:
a) O pai, modelo de autoridade, mas também de sujeição e de entrega (Efésios 5.22-29). O pai é a cabeça da casa, como Cristo é a cabeça da Igreja, seu Corpo. Mas Cristo deu a sua vida pela Igreja. O mesmo ato deve fazer o marido e pai. Seu amor deve ser declarado, mas principalmente praticado, para ser visto pelos filhos;
b) A mãe, modelo de sujeição (Efésios 5.22-24), cuidado e proteção. Os filhos aprenderão que a Igreja deve sujeitar-se a Cristo, mas também aprenderão com ela que Deus cuida de nós e nos consola (Mateus 23.37; Isaías 66.13);
c) O casal como modelo de união (Gênesis 2.24). Isso apontará, na Deidade, para a união da Trindade. E na humanidade, e primeiro no lar, ensinará respeito (reconhecer o outro) e cortesia (fazer concessões ao outro);
d) O casal como modelo de distinção e complementaridade (Gênesis 1.27). O próprio casal deixará bem clara a ideia de macho e fêmea, oposta à androginia cultural. A educação sexual deve começar em casa através dos pais tementes a Deus, e não nas escolas;
e) O casal como modelo de fidelidade à Aliança (Malaquias 2.14-16). Os pais levarão a sério a sua aliança, para ensinar os filhos a honrar a aliança de Deus.
Os pais devem servir como modelo de relacionamento com Deus e assim ensinarão que Deus existe. Deus é soberano; Deus deseja andar conosco e nos procura. Nós desejamos andar com ele e o buscamos, o louvamos e adoramos. Nós obedecemos à sua vontade, que encontramos em sua Palavra, estudada e refletida no lar.
Também, como cuidadores dos filhos, os pais serão modelo de restauração após a queda. A desobediência separa, afasta, rompe o relacionamento. Na Queda, Adão e Eva se esconderam de Deus. O Senhor os procurou, anunciou a execução da punição prometida, mas anunciou também o caminho da redenção. As vestimentas providenciadas por Deus para o casal e a anunciada semente da mulher previam a restauração. Os filhos verão tudo isso em seus pais.
Os pais serão modelo para seus filhos deixando-os ver quando buscam o Senhor após pecar, confessando seu pecado e confiando na redenção por meio de Cristo. Pais “perfeitos” não podem ensinar arrependimento a seus filhos. Os pais serão modelo para seus filhos pedindo-lhes perdão quando pecam contra eles. Os pais conduzirão os seus filhos ensinando-os a confessar eles mesmos os seus pecados, aos pais e irmãos, e a Deus, confiando no sacrifício de Cristo para terem os seus pecados perdoados.
Não podemos esquecer que os pais devem respeitar o desenvolvimento dos filhos. Tudo isso leva tempo e exige dedicação, sensibilidade e paciência. “Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais” (1 Coríntios 3.2), foi a reação de Paulo em relação aos crentes fracos de Corinto. Eles já deviam ter amadurecido, mas o apóstolo respeitou a limitação deles. Com essa preocupação, decidiremos o quê, quando e como ensinar. Os pais não haverão de desistir jamais, porque Deus não desiste (Filipenses 1.6).
Adaptado do texto de Cláudio Marra.
SIGA-NOS!