Invisivelmente todos nós carregamos uma placa, contendo a seguinte informação: “Em obras!”

Por incrível que pareça, embora saibamos de sua existência, esquecemos da sua relevância. Essa descrição, diz muito a nosso respeito, revelando a condição imperfeita que todos nós nos encontramos.  Aceita-la, não apenas nos possibilitaria conviver de uma forma mais pacífica, como também, evitaria: conflitos desnecessários, comparações destrutivas e relacionamentos rasos.

O ponto de partida para este insight, foi um texto do Apóstolo João, que diz: “se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado.” (1 João 4:12b). Em toda a sua carta, João procura destacar que aqueles que conhecem a Cristo procuram abandonar o pecado e guardam os mandamentos, em especial o mandamento do amor. Neste cap. 4, chama a nossa atenção para um amor que se aperfeiçoa, que está além da nossa capacidade de preenchimento, pois, sua fonte, vem do caráter amoroso do Pai, que não poupou o seu próprio Filho, antes, o entregou e o ofereceu como sacrifício substitutivo em nosso lugar.

Este ato sacrificial e salvífico nos impulsiona a olhar novamente para a placa, fazendo-nos entender que, todos nós estamos em um processo, que para alguns poderá levar anos até atingir um nível de maturidade exemplar, mas que para outros, com muita perseverança e dependência do poder de Deus, se alegram pelas áreas que já foram vencidas, e que para muitos, há certas lacunas que precisam ser corrigidas e preenchidas pela graça e a misericórdia de Deus.

O grande ponto que nos causa desconforto é que somos intolerantes, impacientes, conosco e com os outros.

Deus em sua soberania e graça, permitiu que fossemos feito habitação do Espírito Santo, contudo com um pecado remanescente que diariamente nos faz lembrar que nosso alvo não é ser melhor que o outro, mas parecido com Cristo e espelhar seu caráter humilde e manso.

Fomos alcançados pela graça e isso é mais que suficiente, para nos desapegarmos do senso de autojustiça e nos achegarmos ao amor de Deus, em humildade e sinceridade, pois, apesar de nos rebelarmos contra Deus, testemunhamos do seu grande amor estampado na cruz, o ápice do perfeito amor, o sangue precioso que escorreu purificando o mundo de sua maldade e trazendo vida em troca da morte eterna.

Um olhar sincero acerca de nós mesmos, nos entristecerá. Um olhar sincero para a cruz vazia, nos aliviará e um olhar sincero para o outro, nos constrangerá.

SDG.