Muitas vezes, nas nossas orações, derramamos lágrimas. Quem nunca passou por isso? Pressionados pelas circunstâncias, angustiados pelas lutas, não temos muito o que fazer a não ser derramar nosso coração diante do Senhor. E nossas lágrimas vem junto. Sejam elas lágrimas de lamento, de intercessão, de quebrantamento ou arrependimento.
As lágrimas foram criadas por Deus. Fazem parte de nossa natureza humana. Um dia elas irão cessar (afinal na nova Jerusalém não há choro). Mas desse lado da eternidade, elas têm sua utilidade. Penso que, além da utilidade física (lubrificante natural dos olhos) das mesmas e da função de aliviar nossas emoções, quando derramadas com sinceridade, as lágrimas servem para ungir nosso momento com Deus.
Pensando nisso separei alguns breves versículos e citações que falam da função das lágrimas em nossas petições, para que o leitor leia pausadamente em espírito de oração. E essa é a meditação que gostaria de propor no dia de hoje.
Um dos maiores exemplos de lágrimas das escrituras é o de Ana:
“Ana, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou muito” 1 Sm 1.10.
Você percebe a pressão e a amargura sobre a alma de Ana? Nao havia nada que Ana conseguia fazer além de orar. Mathew Henry comenta sobre esse versículos que:
“Ana misturou lágrimas com suas orações. Não foi uma oração seca” Mathew Henry.
Nossas orações têm sido secas irmãos? O grande puritano John Bunyan comenta que:
“As lágrimas tem um linguajar, uma gramática, uma língua que somente nosso pai conhece” John Bunyan.
O Pai, e somente Ele, conhece nossas lágrimas! Os outros não a entendem. Medite um pouco sobre isso. Que consolo!
Quem sabe a aflição não pode ter uma utilidade boa, se nos faz chorar diante do Pai? O próprio Senhor Jesus passou por isso. Mathew Henry comenta que:
“Esse é um bom uso que podemos fazer de nossas aflições. Elas devem nos fazer mais vividos quando nos dirigirmos a Deus. Nosso bendito Senhor, quando esteve em agonia, orou mais intensamente (Lc 22.44)” Mathew Henry.
E o escritor de Hebreus completa dizendo algo espantoso. Ele nos leva a vida secreta de oração de Jesus e nos mostra que ele oferecia orações com lágrimas ao Pai:
“O qual nos dias da sua carne (Jesus), tendo oferecido, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que podia livrar da morte. E tendo sido ouvido por causa de sua reverência” Hb 5.7.
Ao derramarmos lágrimas diante do Senhor, há uma promessa para nós:
“Tu contaste as minhas aflições; põe as minhas lágrimas no teu odre. Não estão elas no seu livro” Sl 56.8.
Irmãos existe um odre e um livro no qual o Senhor registra todas as nossas lágrimas e aflições. Eu não sei bem como isso funciona, mas eu sei que ele as vê e registra. E Ele é todo compassivo e misericordioso. Poderia ele, lágrimas ver, e nada fazer? Que isso seja nosso encorajamento!
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