Não sei se você já passou por alguma circunstância onde a sua saúde ou, melhor dizendo, a falta dela, te tirou da zona de conforto. Sabe que às vezes pode ser difícil ver o lado bom de ficar doente. Talvez você até me pergunte: e tem lado bom? Eu ouso dizer que sim.
Essa semana estava lendo um pedaço do livro Coronavírus e Cristo, do John Piper (clique pra ler gratuitamente) e fiquei reflexiva ao ler um trecho dele. Não é como se fosse algo que eu não soubesse, mas foi um vislumbre diferente. Eu não sei explicar. Ficar doente não é exatamente algo que as pessoas desejam. Eu já me encontrei algumas vezes (constantes) doente e bem cansada, não apenas fisicamente, mas mentalmente cansada de ficar doente de novo. Eu tenho algumas doenças crônicas e ter crises é algo bem desgastante, não vou mentir. Às vezes me incapacita de fazer as coisas normais do dia a dia. Quando eu soube da onda de coronavírus que se aproximava eu não fiquei amedrontada, mas fiquei receosa com os efeitos que o vírus poderia ter em mim, uma vez em que eu já pertencia ao grupo de risco. Meu sistema respiratório não é em ordem e uma doença que pode abalar mesmo os que têm a saúde em dia me pareceu algo perigoso.
A perspectiva de passar meses dentro de casa sem a convivência habitual com outras pessoas, sem cultos presenciais, além de passeios não era muito animadora, mas era o ideal a se fazer e assim foi feito. Mas ainda em casa, nesse segundo semestre, quase ao final do ano, contraí o temido vírus. Eu confesso que não me desesperei, mas eu orei muito que Deus cuidasse de mim e minha família, Foram sintomas fortes e diversos. Ainda até hoje, enquanto escrevo, há algumas “sequelas” em mim e em minha família. Mas, em vista do que minha saúde se apresentava e da capacidade desse vírus, eu vejo a bondade de Deus de ter me permitido passar por ele sem maiores agravantes. Muitas pessoas não suportaram essa doença e partiram. Ainda assim, Deus é bom.
Voltando ao livro, após eu tendo passado por todo esse episódio com o vírus que o nomeia, eu fiquei refletindo após ler:
“Deus está dando ao mundo, no surto de coronavírus, assim como em todas as outras calamidades, uma ilustração física do horror moral e da feiura espiritual do desdenhoso pecado.
[…]em nossa condição atual, após a queda, cegados pelo pecado, não podemos ver ou sentir como o pecado contra Deus é repugnante. Dificilmente alguém no mundo sente o horror de preferir outras coisas a Deus. Quem perde o sono sobre o nosso menosprezar diário de Deus por negligência e afronta?
Mas, ó, como sentimos nossa dor física! Quão indignados podemos ficar se Deus tocar nossos corpos! […] A dor física é a trombeta de Deus para nos dizer que algo está terrivelmente errado no mundo.”
Não é como se eu não soubesse disso, mas talvez tenha me sido um lembrete ou uma nova perspectiva sobre o assunto. E não é como se a pessoa está doente, significa que tá em pecado. Às vezes pode ser uma forma de Deus repreender alguém, as outras é simplesmente ensinar. Um grande exemplo é Jó. Acho que não preciso apresentar sua história, mas apesar de ser justo ele sofreu (e muito) com enfermidades. Seja como for, enxergue que Deus está enviando a você e a todo o mundo nesse momento o recado de que vocês não podem fazer nada por poder próprio e que o pecado segue sendo tão terrível quanto esse vírus possa nos parecer.
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