Natural de Tréveris (Alemanha), Ambrósio era filho de um alto funcionário do Império Romano, e por conta disso esperava que sua carreira política o levasse a posições elevadas. Em dezembro de 373, contrariando suas expectativas pessoais, foi eleito bispo de Milão e encerrou sua busca pelo poder secular.
Sendo um homem culto, e dedicando-se com assiduidade ao estudo, Ambrósio em pouco tempo veio a ser um dos melhores teólogos da igreja ocidental. Esta característica foi de fundamental importância para o combate da heresia ariana que se alastrava na igreja cristã durante o século IV.
Ambrósio encorajou fortemente os cristãos jovens a abraçarem uma vida de virgindade e chegou a escrever um tratado teológico sobre o assunto. Sua pregação era influenciada profundamente pela exegese alegórica de Orígenes, fato que colaborou inclusive para a conversão de Agostinho de Hipona.
Ele introduziu o canto de hinos congregacionais na igreja de Milão, escrevendo vários cânticos que ajudaram a lançar o alicerce para a hinologia latina. Seu profundo conhecimento da língua grega deu acesso às riquezas da tradição patrística, que ele citou em suas várias obras.
O centro do pensamento e reflexão de Ambrósio é referente à Ceia do Senhor e encontra-se nas obras Sobre os Sacramentos e Sobre os Mistérios. Para se ter ideia, ele foi um dos primeiros teólogos a ver prefigurações da Ceia no Antigo Testamento, com o relato da oferta de pão e vinho feita por Melquisedeque a Abrão (Gênesis 14.18-20).
Para ele, o pão e o vinho consumidos na Ceia eram espiritualmente o corpo e o sangue de Cristo: “Antes de [o pão] ser consagrado, ele é pão; mas, quando as palavras de Cristo são acrescentadas, ele é o corpo de Cristo” e “Cristo está nesse sacramento, porque é o corpo de Cristo; portanto, não é comida física, mas espiritual” (1 Coríntios 10.3-4 e 2 Coríntios 3.17).
Ambrósio foi também um pioneiro no uso do livro de Cântico dos Cânticos para expressar a experiência espiritual do crente à mesa do Senhor (Cântico 1.2 e 5.1).
Aprendemos com o bispo de Milão que a Ceia deve ser um lugar de alegria espiritual por causa dos pecados perdoados e da união com Cristo ressuscitado.
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