Ele* testemunhou um crime. Mataram um inocente. Ele viu. Não pode se calar.

Ocorre que abrir pro mundo essa história implica em mudar de identidade. A anterior não pode ser mantida. Ela denuncia que o procurado para morrer era outro. Na verdade outros. É uma decisão importante. É como se quem ele era precisasse morrer pra tudo que ele vivia e pra aqueles que o conheciam para que esse novo “eu”, agora protegido, pudesse ter voz.

Ele fica pensativo por um tempo… mas algo o incomoda. A convicção daquele inocente, que nem mesmo ousou se defender, volta vez após vez nitidamente aos seus pensamentos.

Ele aceita o desafio. Responde encorajado: eu quero testemunhar.
“E o que você tem a dizer?” – eles questionam…

Mataram o Nazareno.

A história não acabou ali. Na verdade era só o começo de dias que eles não poderiam esquecer jamais. Digo eles, porque haviam outros. Algumas vezes eram 3…12 e noutras eram incontáveis…mas muitos O viram. 

Chegou trazendo vida às palavras que eles conheciam desde a infância, mas sobre as quais jamais tinham visto alguém falar com tanta autoridade. (Mateus 7:28-29) Fazia com que as curas e milagres reservados pra dias, e aparentemente para pessoas específicas,  fossem feitos há qualquer momento. 

Como ficar indiferente a Ele?

Suas palavras nem sempre eram de conforto. Por vezes eram de confronto e exigiam mudança de posicionamento. Quem poderia suportar? (João 6:60) Muitos iam embora, mas alguns deles permaneciam. Parece que havia um remanescente.

É verdade que muitos deles acreditavam que pra cumprir suas promessas, ele faria algum tipo de entrada triunfal, viria destruindo as formas de governo existentes e estabelecendo um novo reino. Mas Ele tinha um jeito estranho de fazer isso. Quando pediam que Ele se identificasse, respondia que não era o tempo. Quando fazia milagres, recomendava que não contassem à ninguém o que havia acontecido. Quando diante das autoridades, não se defendeu…

Ele também tinha um jeito diferente de lidar com as pessoas. Se aproximava dos que ninguém queria por perto e se afastava daqueles que eram prestigiados. Dava valor àqueles que nem entravam no censo e não fazia questão de registrar o nome dos que pareciam importantes. E esse comportamento não se restringia a ele. Em seu discurso havia uma convocação “sigam-me”.

E como era de se esperar, cada uma de suas palavras se cumpriu. Até mesmo as que diziam que ele seria acusado, açoitado e morto no lugar de outros. Na região não havia outro assunto. Todos comentavam os fatos. Alguns inclusive pareciam ter aumentado a história. Diziam que além de morrer, ele havia ressuscitado. Isso fazia parte dos Seus discursos, mas já estava além da compreensão deles.  

A história não acabava ali.

O Nazareno ressuscitou.

A esperança deles começava a esmorecer.  Aquele remanescente permanecia unido, juntando as palavras dEle como se tentassem traçar os próximos passos. Havia medo em seus corações. Estariam eles condenados ao mesmo fim?

Como alguém que sabe exatamente o momento de chegar, Ele resolve lhes fazer uma visita e um pedido: 

E lhes disse: “Está escrito que o Cristo haveria de sofrer e ressuscitar dos mortos no terceiro dia,
e que em seu nome seria pregado o arrependimento para perdão de pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vocês são testemunhas destas coisas. Eu lhes envio a promessa de meu Pai; mas fiquem na cidade até serem revestidos do poder do alto” Lucas 24:46-49

Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” Atos 1:8

Quem poderia permanecer calado diante dessas coisas?

Aqueles homens e mulheres entenderam que a mensagem que receberam era preciosa demais pra ser enterrada. Eles entenderam que havia uma urgência. A história dEle precisava ser conhecida.

O testemunho deles foi fiel e persistente. Foi capaz de chegar aos nossos dias. Resistiu e resistirá a perseguições. Será necessário que a mensagem esteja gravada nos corações dos que a ouvem, pois virão dias em que ela voltará a ser perseguida.

Boatos de que as testemunhas, apesar de diligentes, ainda não chegaram aos confins da terra. E se não chegaram, você enquanto leitor deste texto, ou conhecedor dessa mensagem, é uma testemunha e precisa correr. Eles precisam te ouvir!

A história não acabou aqui.

O Nazareno voltará.

Até lá, quem irá testemunhar?

Deus abençoe vocês!

#Atéterça

😉

*O texto traz o relato de uma testemunha que insistiu em não se identificar. Semelhante a outros, este insiste em dizer que a história não é sobre ele e sim sobre o Nazareno (Jesus), e assim basta que apenas o nome Dele seja conhecido.