E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé
I Coríntios 15.14

Há duas semanas compartilhei com vocês a primeira parte de uma mini-série de textos acerca da ressurreição de Jesus. Historicamente, como disse lá, os cristãos ancoram sua fé em quatro afirmações que contém três grandes milagres: um homem foi morto crucificado, ressuscitou dentre os mortos, apareceu para muitos e depois foi elevado aos céus1.

É possível, entretanto, termos certeza de que isso, de fato, aconteceu? Temos alguma base sólida para argumentarmos acerca da veracidade da ressurreição? Penso que sim e gostaria de expor outros três argumentos:

1. Conversões

Sempre é muito fácil produzir qualquer conteúdo fantasioso como se fosse real quando apenas pessoas isoladas o relatam. É ainda mais fácil quando a pessoa que produz um mito, já acreditava nele. Isso se chama sugestão e tem larga documentação na ciência neurológica.

A conversa muda quando pessoas que não acreditavam no evento, o experienciam. Pior ainda: quando pessoas o experienciam em conjunto. Os relatos da ressurreição se encontram nessa categoria.

Já vimos no post anterior que as aparições pós-morte, por si só, são um forte argumento a favor da ressurreição, mas há um aditivo: sem a ressurreição, não há motivação para conversões de inimigos. Uma figura tão colérica e hostil quanto Saulo de Tarso se converter ao time dos seus maiores inimigos2 seria um absurdo! Um charlatão que produz relatos mentirosos jamais usaria um inimigo do calibre de Saulo para fortalecer o relato. Na verdade, a introdução deste personagem enfraqueceria tudo!

2. Mártires

E por falar em charlatões, todos eles têm uma característica em comum: querem as vantagens que suas mentiras podem trazer. Às vezes dinheiro, às vezes fama, às vezes poder, às vezes os três juntos, mas com toda certeza, jamais tortura, morte e sofrimento. Essas foram as recompensas de todos os apóstolos

Alguém pode contra-argumentar dizendo que pessoas podem morrer por causa de uma mentira. Concordo com isso. Há relatos de pessoas que morreram acreditando em mentiras. A diferença é que a ressurreição foi experienciada por essas pessoas e mesmo sofrendo mortes horríveis3, jamais desmentiram suas supostas mentiras.

Estêvão, o primeiro discípulo a morrer, chegou a reafirmar que viu Jesus vivo ao lado de Deus Pai enquanto estava sendo apedrejado4Peter Kreeft sintetiza bem este argumento:

“Por que os apóstolos mentiriam? Qual foi sua motivação, o que eles obtiveram com isso? O que eles ganharam com tudo isso foi incompreensão, rejeição, perseguição, tortura e martírio. Que bela lista de prêmios!”

3. A Igreja

Qual foi o maior subproduto visível dos relatos da ressurreição? A igreja! Não haveria igreja cristã caso Jesus Cristo não tivesse ressuscitado. Lembre-se que nenhum dos judeus do primeiro século, incluindo Pedro e os demais apóstolos, estavam interessados em fundar uma nova religião. Eles sequer acreditavam que o Messias poderia ser humilhado em uma cruz e padecer sob o domínio romano5. O que os motivaria a iniciar esse movimento?

Não há outra explicação plausível para isso além da ressurreição de Cristo. Até hoje nenhuma hipótese foi formulada para explicar este fenômeno. Seguimos acreditando que a única hipótese possível é, realmente, a verdadeira.

Lembre-se: a ressurreição de Jesus é, com segurança, o fato mais importante da história e requer que tomemos urgentemente uma decisão6. A pergunta continua a mesma do post anterior: e você, já a tomou?


1. I Coríntios 15.3-8
2. Atos 9.1-9
3. Atos 12.1-3
4. Atos 7.54-59
5. Gálatas 3.13 cf. Deuteronômio 21.22-23
6. João 11.25-26