O apóstolo Paulo foi um dos maiores expoentes da história do cristianismo. Um vaso usado de modo incomum pelo Senhor Jesus. Treze das cartas do novo testamento foram escritas por ele, que também plantou várias igrejas. Seus sofrimentos pela causa de Cristo foram intensos. Açoites, prisões, perigo de morte, açoites com varas, chicotadas, apedrejamentos, naufrágios, viagens, perigos em rios, risco de assaltos, perseguições, cansaço, vigília, trabalho intenso, fome, sede, frio, nudez, preocupações e opressões internas estão entre os sofrimentos que Paulo suportou por causa do amor de Cristo (2 Cor 11.23-28).
Esse apóstolo também teve experiências sobrenaturais com o Senhor, como ele narra em 2 Cor 12 “Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu… foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir” (2 Cor 12.2-4). Ser arrebatado ao paraíso e ouvir palavras inefáveis… que experiência maravilhosa! Ele também diz que recebeu o Evangelho “diretamente de Jesus Cristo por revelação” (Gl 1.11).
Que homem incomum foi o apóstolo Paulo! Um verdadeiro espetáculo de Deus entre os homens. Vendo a grandeza das aflições e das obras de Paulo, podemos imaginar que este homem era cheio de si e que se orgulhava de todas suas experiências na obra de Deus. Provavelmente, se tivéssemos um pequeno percentual de suas realizações, nos inflamaríamos de vanglória. Contudo, este não é o caso desse apóstolo. Suas palavras e testemunhos revelam um homem extremamente humilde. Ele foi capaz de dizer: “Eu sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes” (Rm 1.14). Ele se via como devedor, pois sabia que havia recebido uma graça infinitamente imerecida, que o fazia ser devedor não só a Deus, mas ao próximo também.
Poucos apóstolos fizeram tanto como Paulo, mas ele se via como “O menor dos apóstolos, nem mereço ser chamado apóstolo, porquanto persegui a Igreja de Deus” (1 Cor 15.9). Ele trazia em si as marcas da sua indignidade (pois havia sido um fariseu que perseguiu a igreja de Jesus antes de sua conversão), não por morbidez ou remorso, mas como um lembrete de onde havia sido resgatado pela maravilhosa graça de Deus.
Paulo também se via como “o menor de todos os Santos” (Ef 3.8) e como “o principal dos pecadores” (1 Tm 1.15). Paulo não estava usando de falsa modéstia, falando propositadamente de modo depreciativo de si mesmo para parecer humilde. Ele também não era um desiquilibrado psicologicamente que odiava a si mesmo. Não! Essas são palavras inspiradas pelo Espírito Santo. Além disso, Paulo conhecia a profundidade da pecaminosidade do seu próprio coração e por isso podia proferir essas palavras com muita sinceridade. Ele sabia que em si mesmo não habitava bem algum.
Todos esses versículos nos mostram que Paulo não se tinha em alta conta. Ele não tinha uma visão elevada de si mesmo. Essas declarações de Paulo não eram mera teoria e transbordavam em sua vida cotidiana, na forma de serviço, humildade e amor ao próximo.
Os conselhos de Paulo para a igreja estão impregnados dessa visão pequena de si mesmo e cheia de humildade: “Cada um considere os outros superiores a si mesmo” (Fp 2.3). “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros” (Fp 2.4). “Prefiram em honra uns aos outros” (Rm 12.10). Tais versículos constituem o chamado da vida cristã. Essa é uma vida elevada, elevada o suficiente para não precisar provar seu valor e tornar-se pequena e humilde. Que Deus nos ajude ser assim!
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