Uma das grandes armas do inimigo para atrapalhar nosso avanço na vida cristã é gerar em nós visões distorcidas de Deus e de Cristo.
Para muitos Deus é um Deus distante, que não ama e não se envolve em nossas vidas. Um velhinho de barba branca, distante e frio. “Deus tem mais o que fazer do que se preocupar comigo. Deus tem que olhar pra fome na África e para as Guerras”. Essa visão de deus é equivocada por não considerar um deus poderoso e amoroso o suficiente para estar próximo e se preocupar com todos os detalhes da vida de todos os que lhe invocam. Esse deus é incapaz de ter prazer nos seus filhos e de consola-los em suas lutas.
Para outros, deus é um bonachão sorridente. Ele ama todos e nunca nos cobra nada. Ele não tem nenhuma preocupação moral. Esse deus é amor, mas não é justo. É na verdade um Pai relaxado que não educa seus filhos.
Temos ainda a visão de um deus policial, esperando o seu primeiro deslize pra te castigar. “Cuidado, pois se bobear, deus vai te pegar”. Não há graça nesse deus. Ele só se preocupa com leis e punições. Em contrapartida, temos também a visão do deus microondas, que só serve pra me abençoar quando preciso. Ele fica em standby esperando para atender minha necessidade, mas não tem muito lugar em minha vida quando estou bem e não preciso de nada.
Uma outra visão problemática é a do deus soberano, mas sem amor. Se um ser pudesse ser soberano sobre tudo e pudesse fazer tudo que lhe desse na telha, sem amor, esse ser seria um monstro. Mas o Deus revelado nas escrituras não é assim. Ele é soberano sim e faz tudo que lhe apraz. Mas ele também é amor. Na sua essência, no seu recondito mais íntimo, está o amor.
Há também as visões distorcidas sobre Cristo. “Cristo é um revolucionário de esquerda que veio libertar os oprimidos”, dizem os teólogos da libertação e os politizados da atualidade. A maioria das religiões do mundo reconhecem Jesus, mas não como filho Deus. Ele é um profeta, dizem. Um grande líder. Um psicólogo. Um influenciador moral. Mas não é Deus e nem o salvador da humanidade. Ora, ou Jesus é o filho de Deus ou um lunático. Ninguém que é um grande humanista reivindicaria um título divino para si.
Essas visões têm grande impacto sobre nossas vidas. Na parábola dos talentos vemos um homem que ficou paralisado por uma visão distorcida do Senhor. Ele disse “Eu sabia que o Senhor é um homem severo, que colhe onde não plantou e junta onde não semeou. Por isso, tive medo, saí e escondi o seu talento no chão” MT 25.24 e 25. A resposta do Senhor para ele é “Servo mau e negligente” Mt 24.26. Esse homem desagradou o Senhor por enxerga-lo de modo equivocado. Ele perdeu a chance de multiplicar e dar frutos ao Senhor por estar cheio de medo. Como ele poderia dar frutos a um Senhor que não amava? Como ele poderia amar um Senhor que não conhecia?
Mas qual o remédio para essas visões distorcidas? A primeira resposta é simples: a palavra de Deus. Precisamos retornar às escrituras. “O meu povo está sendo destruído por lhe faltar conhecimento” (Os 4.6). Só as escrituras nos mostram realmente como Deus e Cristo são.
E elas nos dizem que Cristo é homem perfeito e Deus perfeito, sendo o resplendor da glória do Pai. Ou seja, o que o Pai é Ele também é. Ele é exatamente como o Pai. Eles compartilham dos mesmos amores e vontades. Se quiser conhecer o Pai, olhe para o Filho.
Outro princípio importante para nos ajudar com essas visões…o caráter de Deus e de Cristo são totalmente simétricos. Deus tem todas as perfeições em medidas iguais. Ele tem justiça, alegria, bondade, santidade, paciência, retidão, misericórdia e todas as demais virtudes em idêntica proporção.
Um último princípio, Deus é amor. Ele não é justiça e nem é misericórdia. Ele é amor. Todas suas ações a tributos estão temperados com amor. Não o amor moderno, infantilizado e doentio. Mas o amor real. Que vai até às últimas consequências. Que educa e confronta. Mas também consola, se sacrifica e abençoa. E por seu amor ter dado o seu filho como sacrifício, ele pode nos abençoar sem infligir sua justiça e retidão. O amor achou um caminho para o coração de Deus vazar até nós.
Que preguemos essa verdade para nós mesmos. São verdades norteadoras. Que nunca nos esqueçamos de quem Deus e Cristo são. Que nunca nos esqueçamos de quem Deus é para nós em Cristo.
Deus é único! E incomparável:”Entre os deuses nenhum há semelhante a ti” Sl 86.8.
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