Como hoje é um domingo de páscoa, gostaria de compartilhar com vocês leitores alguns pensamentos sobre a morte e a ressurreição do Senhor Jesus e meditar sobre as implicações desses fatos para nossas vidas.
Comecemos pela crucificação de Cristo. A cena da crucificação é assombrosa e misteriosa. Há um poema maravilhoso que exprime perfeitamente o mistério da cruz. Esse é um poema de F.W. Pitt. Ele só está disponível em inglês, e eu, infelizmente, não tive a capacidade de traduzi-lo sem perder a beleza de suas palavras. Mas gostaria de apresentar aqui a ideia geral nele contida.
Esse poema nos lembra que Cristo é o criador do universo, mas que ainda assim, foi feito maldição pelo homem que ele mesmo criou. Ele criou os galhos nos quais cresceram os espinhos que coroaram sua cabeça. Os cravos que perfuraram sua mão foram cultivados por ele. A própria cruz foi feita de uma arvore que brotou em uma floresta que ele fez. O monte calvário, no qual ele foi crucificado, ele mesmo desenhou. Pensem um pouco em como isso é espantoso. O criador do universo, o rei de toda criação, morreu por nós. Cristo Jesus, o homem perfeito, o Filho de Deus, morreu por nós. E não só morreu, morreu numa cruz, instrumento de morte usado pelos romanos para assassinato de bandidos, “porquanto ele derramou a sua própria vida até a morte, e foi contado entre os criminosos” (Is 53.11). Ele foi contado entre os transgressores, o dono de tudo, que ironia. Que isso possa nos comover, nos levar a oração e nos lembrar do preço infinito que foi pago pelo Senhor.
Mas, graças a Deus, a morte na cruz não é o último capítulo de sua história. Ele ressuscitou. Ou melhor, foi ressuscitado pelo Pai. “Mas Deus o ressuscitou dos mortos, rompendo os laços da morte, porque era impossível que a morte o retivesse” (At 2:24). Era impossível que a morte o retivesse, devido a grandeza de seus méritos. Nenhum outro homem na história teve méritos desse tamanho para ser ressuscitado. Louvado seja o seu nome, Ele é incomparável. Ao ressuscitar, Jesus vence a morte, o pecado e o mundo. Paulo declara essa vitória: “Onde está, ó morte, a sua vitória…Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Cor 15:55 e 57). Vitória total: sobre a morte, o mundo, o diabo e o pecado. Que Deus grave essa verdade em nosso coração. Ele venceu, e por isso, nele, nós venceremos também. Que possamos orar tomando posso dessa vitória de Cristo em nossa experiência a cada dia.
Mais duas palavrinhas sobre essa ressurreição para encerrar o texto: Ao ressuscitar Jesus foi atrás dos seus discípulos que ficaram enfraquecidos e entristecidos com sua morte. Ele fala com Maria Madalena. Se encontra com Pedro. Encontra os discípulos reunidos e restaura a fé do hesitante Tomé. Encontra os discípulos no caminho de Emaús e lhes devolve o propósito de vida. Ele não se deixa levar pelo seu estado elevado, como se agora os discípulos fossem indignos dele, e nem deixa de amar seus discípulos por eles o terem deixado ele de lado em sua hora mais sombria. Não! Ele se preocupa em restaurar a alegria e a fé deles e dar as boas novas de que Ele estava vivo. Ele se levanta da sepultura e rapidamente quer estar com eles mais uma vez e ama-los novamente. Que Senhor amável! Hoje a tumba ainda está vazia e Ele está vivo, e quer nos amar e nos restaurar mais uma vez. Que possamos ir até Ele em oração e experimentar do seu amor.
Por fim gostaria de citar um verso de Paulo na carta aos Efésios. Paulo usa superlativos para tentar descrever “a incomparável grandeza do seu poder para conosco, os que cremos” (Ef 1.19). Existe um poder incomparável atuando em nós, por mais que não o percebamos. Paulo pede que esse poder seja revelado claramente a nós (Ef 1.18) e completa o raciocínio dizendo que “Esse poder ele exerceu em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e fazendo-o assentar-se à sua direita, nas regiões celestiais” (Ef 1.20). Oh amigos, eu não consigo perscrutar essa verdade. O mesmo poder que ressuscitou Cristo dentre os mortos, atua nos crentes. O poder da ressurreição atua em nós! Que possamos compreender mais desse poder e orar para manifestarmos mais dele.
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