Hello, gente linda!
O Dia dos Pais passou e primeiramente eu quero honrar todos aqueles que tem exercido tão nobre função. Que o Senhor os capacite com amor, graça e sabedoria para que vocês instruam seus filhos no caminho em que devem andar. Espero que tenham consciência do privilégio que vocês tem por terem tão nobre herança.
Em segundo lugar, um fato que normalmente passa despercebido por nós cristãos é que em nenhuma outra religião (pelo menos até a última pesquisa que eu fiz) tem uma relação de paternidade entre o fiel e o seu deus. Isso fala muito sobre o tipo de relação que Deus nos criou para ter com Ele. Não é algo sobre adorador e adorado, mas é um relacionamento entre um Pai e um filho. Trata-se de uma família.
Eu li há alguns anos um livro chamado “Atrevi-me a chamar lhe Pai”, que conta a história de Bilquis Sheikh, uma muçulmana que se converte ao ler a Bíblia. Ela conta, entre outros relatos sobre a diferença que a nova fé trouxe a ela, a respeito de sua surpresa ao descobrir que Deus não queria ser “apenas” seu salvador, mas queria ser seu pai. Recomendo fortemente a leitura e não darei outros spoilers.
Não parece para vocês ao menos curioso que o Deus que é suficiente em si mesmo, tem tudo o que quiser, tem seres celestiais adorando a Ele o tempo todo, quis fazer de nós seus filhos?
Não parece curioso que dentro de um núcleo familiar, principalmente em nossos dias (e a tendência é piorar) a figura com a qual as pessoas tem mais problema, seja pela ausência ou pela presença abusiva, seja justamente o pai?
Não por acaso, já que nós humanos somos relacionais, as pessoas que tem questões mal resolvidas com a figura paterna, também o tem com o Deus Pai. A projeção é inevitável.
Você certamente já ouviu casos de pessoas que nunca conheceram seus pais biológicos e ainda assim se sentem amadas, aceitas, acolhidas e satisfeitas em Deus Pai. No entanto, infelizmente, esses testemunhos são raros. Infelizmente, a grande maioria das pessoas que se enquadra nesse cenário (ou que ainda que conheçam o pai tenham tido problemas com ele) leva anos, e as vezes nunca consegue desfrutar da plenitude do amor de Deus Pai, porque não consegue dissociar uma figura da outra.
O diabo tem pessoal interesse em destruir nosso relacionamento com o Pai. Ele fará de tudo e uma das suas principais ferramentas é a influência na cultura. Não por acaso a crescente crítica a “sociedade patriarcal” tem tomado os discursos até mesmo dentro de algumas igrejas. Dias atrás eu ouvi um “pastor” que tinha um discurso tão carregado de valores distorcidos sobre a figura do homem dentro de um lar, que eu tive que fazer muito esforço pra não tacar meu sapato nele.
Deixa eu dizer algumas coisas para vocês:
1.Se você é alguém que tem um pai terreno sensacional que é exemplo e nunca te deixou faltar nada: Glória a Deus por isso! Seja grato! No entanto, lembre-se: nem mesmo o mais extraordinário dos homens é comparado ao Deus Pai. A paternidade terrena saudável é importante, mas a plenitude da paternidade espiritual é tão fundamental quanto. Se você ainda não conhece a Deus como seu Pai, peça que Ele se revele a você. Esse é quem Ele é. Ele não deseja ser apenas Senhor e soberano sobre a sua vida, Ele quer que você o conheça como seu pai.
2. Se você é alguém que teve ou tem problemas com o seu pai terreno, entenda:
a) Fingir que seu problema não existe, não resolve. Mais dia, menos dia, a conta chega e você precisará resolver isso. Lembre-se que se não perdoamos, não somos perdoados.
b) Terapia é de Deus. É o Senhor que dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos inteligentes. Submeta-se a um tratamento. Sua alma está doente e precisa de cura. Se fosse a sua coluna que estivesse com problema, você não iria atrás do ortopedista? Por que então não vai atrás do Psicólogo para tratar seu problema na alma?
Ps: tem gente louca dando terapia? Tem. Mas tem pastor louco também e nem por isso você deixou de ser crente, certo? Então procure um profissional qualificado e que esteja alinhado com a Palavra de Deus. Retenha o que é bom e seja livre desse peso.
c) Converse com seus líderes/pastores. Submeta ao discipulado essas questões. Existem verdades bíblicas que não entrarão no seu coração automaticamente. Você precisará ser ministrado várias vezes até que sua fé seja fortalecida e essa verdade seja real para você.
d) Não se culpe todas as vezes que se deparar com um problema nessa área. Eu sou campeã em fazer isso. Eu me irrito toda vez que preciso tratar novamente um assunto que eu achava que já estava ok e me culpo por precisar voltar nas pessoas envolvidas para dizer “oi, eu preciso confessar que estava magoada com você nisso…”. Glória a Deus que Ele é paciente e trata conosco aos poucos, do contrário, não aguentaríamos. Você passou longos anos da sua vida com uma visão a respeito de seu pai terreno e seu pai celestial, é normal que leve tempo para você mudar isso.
e) Seja grato pela sua história. ESSA PARTE É DIFÍCIL, EU SEI. (E como sei!). Deus não errou quando te colocou na família em que você nasceu. Não existe história que seja terrível demais que o Senhor não possa transformar. Não existem casos perdidos para Deus. Nossos pais nos corrigiram, amaram, supriram como melhor lhes parecia. Alguns deles não foram capazes de fazer nada disso, mas lembre-se que eles também tem uma história. Existem gerações de distorções familiares que vem antes de você, mas A PARTIR DE VOCÊ uma nova história pode ser escrita se você se sujeitar a cura que o Senhor quer lhe proporcionar.
f) Por fim, peça perdão ao Senhor por ter colocado Ele numa caixa e enxergado Ele através das lentes da sua mágoa. Talvez você precise liberar perdão para Ele também por ter permitido que você passasse pelo que passou. Não se preocupe, Ele não se ofenderá. Ele, aliás, já sabe que isso tem pesado em seu coração há muito tempo. Ele é o maior interessado em te fazer livre de todo esse peso e engano. Peça que Ele se revele a você como seu Pai.
Ah! Importante: essa revelação é progressiva. A medida que você se submete e crê, ficará mais claro o papel de Deus Pai em sua vida.
Como disse o Pr. Drummond Lacerda: Só Jesus podia dizer Meu pai. O unigênito. Mas Ele nos ensinou a orar Pai Nosso. Ele compartilhou o Pai dele conosco.
3. Se você criado apenas por sua mãe: Uau! Eu tenho certeza que ela é uma mulher incrível! O Senhor a sustentou em momentos que ela tinha certeza que não daria conta. Saiba que Deus deseja se revelar a você como Pai e deseja curar a dor da ausência do seu pai terreno. Ainda que pareça que você não teve falta de nada com a mãe sensacional que você tem, vai por mim, são papéis distintos e igualmente importantes, deixe o Senhor mexer aí que “vai dar boa” no final.
4. Se você é pai: lembre-se que você é humano e certamente errará com seus filhos. Submeta sua paternidade a Deus e peça que Ele te capacite a ser o melhor pai que você pode ser. Se os erros já aconteceram, seja humilde e procure seus filhos para pedir e liberar perdão. Não permita que o orgulho o impeça de resolver isso e macule o seu relacionamento com seus filhos e o relacionamento deles com Deus.
Deus abençoe vocês!
Até 😉
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