Em tempos de pós-modernidade onde valores e doutrinas fundamentais da fé cristã estão “se perdendo” no meio de tantos teólogos que abraçaram as ideias liberais, é comum observamos de tempos e tempos o surgimento de novas ideias acerca do cristianismo. Em um passado mais recente algumas “feministas cristãs” (sic), reivindicaram a troca, ou abolição, do termo “Pai” usado para com Deus por acharem ser esse um termo “patriarcal e ofensivo”.
Mas o que a Bíblia nos diz sobre isso? Será que podemos chamar Deus de mãe?
Primeiro é importante lembrarmos que Deus é transcendente, não podemos atribuir a Ele um gênero humano, tentar fazer isso é tentar trazer de volta idéias pagãs de deuses e deusas. Outro ponto que devemos considerar é que encontramos na Palavra algumas imagens maternais de Deus, alguns exemplos são: mãe-pássaro (Rt 2.12, Sl 17.8, Mt 23.27), mãe-ursa que protege o filhote (Os 13.8), mãe que consola os filhos (Is 66.13). Mas e o termo “mãe”? Esse nós não encontramos em nenhuma porção das Escrituras para se referir a Deus.
Já o termo “pai” aparece 15 (quinze) vezes no Antigo Testamento e 245 (duzentos e quarenta e cinco) vezes no Novo Testamento. Então isso quer dizer que Deus é homem (gênero masculino)? Não! Conforme citamos no parágrafo acima, Deus não têm um gênero humano.
O que significa então esse termo? O termo pai está ligado a doutrina da paternidade, o que implica também a doutrina da adoção. Esse termo é usado para descrever um relacionamento íntimo entre Deus e seus filhos. Todas as figuras são para mostrar-nos que temos um Deus relacional e pessoal.
Sobre o uso desse termo, o teólogo Alister McGrath comenta:
“Falar em Deus como pai é dizer que o papel do pai no antigo Israel permite compreendermos melhor a natureza de Deus. Isso não significa dizer que Deus seja do gênero masculino. Nem a sexualidade masculina, nem a sexualidade feminina devem ser atribuídas a Deus. Pois a sexualidade é um atributo que pertence à ordem da criação, sendo inadmissível conforme se observa na criação, e o Deus criador.
Na verdade, o Antigo Testamento evita atribuir funções sexuais a Deus, devido à ocorrência de fortes traços pagãos nesse tipo de associações. Os cultos à fertilidade dos cananeus davam ênfase às funções sexuais tanto dos deuses quanto das deusas; portanto, o Antigo Testamento recusa-se a endossar a idéia de que o gênero ou a sexualidade de Deus seja uma questão importante.”
(Teologia Sistemática, histórica e filosófica – p.315-316)
Concluo, pois, dizendo que: Deus não é nossa mãe, mas sim Ele é o nosso pai, revelado em Jesus Cristo, que nos ama e se relaciona conosco.
Prossigamos.
SDG
Material usado para estudo:
Teologia Sistemática – Franklin Ferreira e Alan Myatt
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