Foi bispo de Antioquia, que naquele período era considerada a terceira maior cidade do império romano. Acredita-se que ele teve o privilégio de receber instrução diretamente de Pedro e Paulo e que desfrutou da comunhão com outros apóstolos.
Por se opor à imoralidade e idolatria típicas da cultura de Roma, Inácio foi intimidado pelo imperador Trajano a negar sua fé em Cristo. Como recusou blasfemar o nome do Senhor, foi condenado à morte no Coliseu da capital do império. Durante sua viagem para a execução, não perdeu oportunidade de exortar os crentes das cidades vizinhas a se manterem firmes no Senhor. Com inabalável confiança na ressurreição futura, Inácio sofreu martírio (devorado por leões) no ano de 107.
As sete epístolas que Inácio escreveu quando de sua viagem a Roma demonstram o vasto conhecimento do Antigo Testamento e das cartas paulinas que este pai apostólico possuía. Seus escritos contêm a primeira teologia escrita da fé cristã fora da Bíblia.
Ele defendeu a inalterável deidade e a plena humanidade de Cristo: “Há somente um Deus físico – de carne, contudo espiritual, nascido, contudo não gerado, encarnado, vida genuína em meio à morte, produzido de Maria tanto quanto de Deus, primeiramente sujeito ao sofrimento, e então além dele – Jesus Cristo, nosso Senhor” (1Timóteo 2.5).
Inácio também combateu a heresia judaizante, que insistia que os cristãos deveriam seguir os rituais mosaicos para serem justificados diante de Deus: “É absurdo falar de Jesus Cristo com a língua e nutrir na mente um judaísmo que agora já chegou ao fim” (Gálatas 1.6-10).
Este bispo também discorreu sobre a soberania divina, a depravação total, a eleição soberana e a graça preservadora. “Ninguém que professa a fé cai em pecado, nem odeia aquele que aprendeu a amar. ‘A árvore é conhecida por seu fruto’. De modo semelhante, os que professam ser de Cristo serão reconhecidos por suas ações” (Mateus 7.16).
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