Certa vez, em um supermercado, algo me chamou bastante atenção, a saber, uma criança aos prantos que, pedindo aos seus pais o que desejava, não foi atendida da forma que gostaria. Como forma de protesto, ela esbanjava no seu rosto descontentamento através de um “bico de raiva” seguido da frase: “Mas, por quê? Isso não é justo!”.

Infelizmente, muitas vezes podemos agir da mesma forma com Deus. Queremos que a nossa vontade seja feita custe o que custar. Questionamos por não entender ou lembrar que tudo tem um propósito e, certamente, preocupamo-nos mais com o bem-estar individual do que com o próximo.

Independente disso, nada pode mudar o que o Senhor é, pois Ele é eternamente Deus e seus planos não podem ser frustrados. Não poderíamos fugir ou se esconder dessa realidade por mais que quiséssemos. Vemos isso claramente no livro de Jonas e podemos extrair ensinamentos importantes para vida cristã. Chegamos ao último capítulo e espero que o Senhor tenha lhe edificado de alguma forma. Sem mais delongas, vamos ao texto bíblico:

Com isso, desgostou-se Jonas extremamente e ficou irado. E orou ao SENHOR e disse: Ah! SENHOR! Não foi isso que eu disse, estando ainda em minha terra? Por isso, me adiantei fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente, misericordioso, tardio em irar-se, grande em benignidade e que te arrependes do mal. Peço-te, pois, ó SENHOR, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver”. Jonas 4:1-3

            No post passado vimos que Jonas, apesar de tudo, decidiu finalmente obedecer indo pregar em Nínive (Jn 3:3). Entretanto, o texto destacado mostra uma atitude de queixa, desgosto e raiva que indica que a vida dele ainda precisava ser cada vez mais transformada (v.1). Tal reação soa incoerente diante de tudo quanto Deus manifestou até salvá-lo das profundezas dos mares de dentro de um grande peixe (Jn 2). Mas, quantas vezes não reagimos de igual modo? Ficamos com raiva porque lá no fundo somos tentados a pensar e querer aquilo que o “ego” deseja.

            Provavelmente, para Jonas era injusto Deus salvar os ninivitas e contrariar sua profecia mesmo que convicto dos atributos do Senhor (v.2). Assim como uma criança birrenta, ele não tinha compreensão total dos propósitos divinos, uma vez que internamente não desejava compartilhar da graça da salvação com esse povo. Tal fato é expresso por sua indignação ao desejar a morte (v.3).

            Que “fujão” mais complicado! Ao olhar pra sua vida vejo muitos altos e baixos que podem representar a vida cristã, mas o fato é que Deus estava tratando muitos aspectos em seu servo e através disso podemos constatar:

AS NOSSAS REAÇÕES DEMONSTRAM O DESEJO DO CORAÇÃO, MAS NÃO ANULAM OS PROPÓSITOS DE DEUS, PELO CONTRARIO, MOSTRAM O QUANTO PRECISAMOS DELE.

            Em outras palavras, não basta conhecer apenas atributos de Deus. É necessário que haja redenção para sermos moldados e transformados por Ele, pois as reações se constituem um reflexo daquilo que se é, tem e quer. Nesse caso, somos, temos e queremos ser mais parecidos com Cristo. Quando isso for uma verdade, pensamentos e atitudes serão diferentes por mérito dEle.

            Com o avançar do texto, é possível observar a resposta de Deus para a oração realizada por Jonas como forma de protesto através de uma pergunta que indica autoavaliação da postura adotada (v.4). Além disso, é relatado que Jonas ainda tinha esperanças de que o Senhor destruiria Nínive, como fora predito na profecia, ao monitorar o que acontecia na cidade (v.5). Mas, novamente estava enganado e Deus usa uma planta para lhe falar poderosamente (v.6-10). Vejamos:

            Então fez o SENHOR Deus nascer uma planta, que subiu por cima de Jonas, para que fizesse sombra sobre sua cabeça, a fim de livrá-lo do seu desconforto. Jonas, pois se alegrou em extremo por causa da planta. Mas Deus no dia seguinte, ao subir da alva, enviou um verme, o qual feriu a planta e esta secou […] Tornou o Senhor: Tens compaixão da planta que te não custou trabalho, a qual não fizeste crescer, que numa noite nasceu e numa noite pereceu; e não hei de ter compaixão da cidade de Nínive[…]?”. Jonas 4:6-7, 10-11a

            Agora algo incrível continua acontecendo: Deus não desistiu de Jonas e faz questão de ensinar algo precioso por meio de uma situação de DESconforto. O ato divino do nascimento e morte da planta demonstra que Jonas não é constante nas emoções, pois ora está alegre (v.6) e depois se abate com o acontecido ao desejar novamente a morte pela falta de sombra no momento de sol escaldante (v.8).

Certamente, ele estava mais preocupado com seu bem-estar ou com a planta do que com a salvação dos ninivitas. Entretanto, Deus manifestou sua compaixão por esse povo, apesar dos pecados cometidos, porque é “clemente, misericordioso, tardio em irar-se, grande em benignidade e que te arrependes do mal” (v.2b).  Assim, aprendemos que:

A GRAÇA DE DEUS DISPENSADA SOBRE O PECADOR É UM CONVITE PARA RESTABELECER O RELACIONAMENTO QUEBRADO, APESAR DE NÓS E DO PECADO.

            Esse fato não é aplicável à planta, pois ela não pode ter comunhão com Deus. Mas se aplica aos ninivitas e a Jonas que ambos necessitam do SENHOR para serem salvos de si mesmos. Algo que me chama atenção nesse capítulo é que Jonas orou e demonstrou que ainda possuía um relacionamento com Deus, sendo um diálogo que culmina na resposta de amor do Senhor para um filho rebelde.

Não sei ao certo como acaba a história de Jonas, mas fica evidente que não precisamos agir com birra quando os nossos desejos não são atendidos, principalmente quando diz respeito a algo maior (salvação do próximo), mas cabe ao homem entender a lição:

NÃO PRECISAMOS NOS ESCONDER, MAS DEPENDER E CONFIAR MAIS EM DEUS, POIS, APESAR DE NOSSAS BIRRAS, A VONTADE DELE É SOBERANA E VAI ACONTECER.

            Que a vontade de Deus seja o nosso alvo. Que a vida seja um instrumento para alcançar outros. E a palavra resplandeça em nossas ações e reações! Glória pois seja a Ele 🙂

Que Deus lhe abençoe,

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Leonardo Gleygson