Helloooo! Todos bene?

O post de hoje é especial! Ele coincide com o dia em que celebramos os 500 anos da Reforma Protestante. Caso você não saiba, é exatamente assim (Protestantes) que passamos a ser chamados a partir do movimento gerado por Lutero e tantos outros para identificar e corrigir situações vivenciadas na igreja de seus dias.

Essas pessoas tinham um amor tão grande pela palavra e pelas verdades bíblicas que elas não podiam ficar caladas diante das distorções que presenciavam. Elas se levantaram para marcar a história.

Hoje, a palavra protesto é vista com certo desdém. Não poucas vezes vi pessoas reunidas, aparentemente gritando palavras de ordem comuns, mas que não faziam a menor ideia do porque estavam ali.  Meu pai sempre comenta de uma reportagem que assistiu em que ao entrevistarem um “manifestante” e questionarem o motivo dele participar daquele protesto, ele com sinceridade respondeu: não sei. Pediram pra parar, nós paramos.

Quem dá ouvidos para aqueles que não sabem o motivo de estarem ali? Que tipo de protesto ou Reforma seria conhecido 500 anos depois se não houvesse verdade e um compromisso genuíno em fazer o evangelho conhecido?

Você sabe por que é protestante? Você sabe que verdades temos tentado resgatar durante esses anos?

Se nunca tirou tempo pra ler a respeito disso, faça um favor a si mesmo, leia pelo menos as 95 teses de Lutero.

Em resumo, havia naqueles dias um comércio de indulgências que fazia com que as pessoas precisassem pagar para obter perdão. Sim, mesmo Jesus deixando claro que Ele havia pago o preço (1 Coríntios 6:20, 1 Pedro 1:18-25) e que não haveria nada em nós que nos tornaria capazes de conquistar perdão ou salvação, o pessoal estava “confuso” e fazendo as ovelhas tropeçarem (Marcos 9:42).

“Tão logo uma moeda na caixa cai, a alma do purgatório sai” Johann Tetzel

Havia também cada vez mais intermediários, por assim dizer, entre Deus e as pessoas (1 Timóteo 2:5). A impressão que se tem é que de alguma forma a igreja havia tentado re-costurar o véu rasgado no dia da crucificação (Marcos 15:38).

Um tanto semelhante aos nossos dias, né?!

Acontece que esse pessoal aí, que sofria debaixo desses ensinos distorcidos, não tinha a Bíblia na prateleira de casa. Não tinha 5 versões diferentes disponíveis em sua própria língua bem na palma da mão através de um aplicativo de celular. A Bíblia estava restrita. Somente a igreja e seus sacerdotes oficiais tinham acesso a ela. As ovelhas eram então reféns da interpretação que estes quisessem dar.

Antes do nosso amigo Lutero, outro homem chamado John Wycliffe se levantou com o desejo de traduzir a Bíblia para o inglês, pois entendia que dar acesso às escrituras era a melhor forma de mostrar ao povo que havia engano no meio do ensino da igreja. Ele disse: “Os ingleses aprendem a lei de Cristo melhor em Inglês. Moisés ouviu a lei de Deus em sua própria língua e, assim fizeram os apóstolos de Cristo”. (Trecho extraído do livro “Valentes pela Verdade” – Farley Labatut – pág 44).

Lutero, por sua vez, quando traduziu a Bíblia para o Alemão quis tornar sua linguagem acessível. De forma que facilitasse a compreensão.

Willian Tyndale, em 1523, chegou a pedir autorização para traduzir a palavra para o inglês, mas parece que o pessoal não estava mesmo interessado em dar acesso as escrituras e novamente o pedido foi negado e o rapaz considerado herege. Antes de morrer, declarou: “Se Deus poupar a minha vida por alguns anos, farei de tudo para que um menino que corre atrás do arado saiba mais da Bíblia do que vocês”.

O que esses homens tinham em comum?

Um amor pela palavra.

Um temor em não acrescentar a ela uma vírgula sequer.

Um desejo de que fosse conhecida em todos os povos.

Um anseio de resgatar a essência das palavras e do sacrifício de Cristo.

A igreja dos nossos dias tem apresentado ensinos distorcidos também. Por vezes nos julgamos melhores do que outros por não termos mais imagens ou as tais penitências. Mas se não houver verdade bíblica em nossos sermões, igualmente precisamos de reforma.

Aí nós identificamos um monte de coisas que precisam de mudança, mas por não haver unidade no discurso e fidelidade àquela que nunca deveria ter deixado de ser a nossa base (sola scriptura), poucos dão ouvido ao que temos gritado.

Qual tem sido a nossa motivação por trás das “palavras de ordem” que gritamos diante das distorções que temos visto? Promover o debate e a mudança, como era o ideal de Lutero ou apenas acusar a noiva de Cristo?

Precisamos de Reforma!

Precisamos ser verdadeiramente protestantes.

Precisamos resgatar as 5 solas.

Mas que em tudo isso possamos amar primeiramente a Deus, e por consequência a sua palavra e tratemos com amor aqueles que tem padecido por falta de conhecimento.

Minha oração é que você não folheie sua bíblia da mesma forma hoje. Que ao olhar pra ela, você lembre que ela é o recado de Deus pra você e pra toda humanidade. Pessoas morreram pra que você tivesse acesso a ela e é sua responsabilidade continuar promovendo mudanças por onde você andar.

Deus abençoe vocês!

#AtéTerça

😉