As vitrines dispostas no mundo são cheias de atrativos que prometem preencher nosso coração enganoso: meus desejos realizados, dinheiro, poder, posição social de destaque, beleza, títulos, entretenimento. Coisas e mais coisas. Nesta lógica, o importante é ter – e parecer ser. Mas esta não é a lógica do cristianismo; na verdade, é oposta.

É triste ver igrejas cheias de pessoas em busca de conquistas financeiras e materiais, vaidades, relacionamentos, entre tantas petições que têm por objetivo apenas a satisfação própria. Sim, devemos orar sobre tudo o que precisamos (Fp 4.6). O problema é que, não raras vezes, estamos preocupados com nosso conforto enquanto nos esquecemos da Igreja perseguida que sofre, do faminto que padece e de viver a verdadeira religião (Tg 1.27).

São redes sociais para checar, muitas séries para assistir, amigos para encontrar, tendências de moda para acompanhar e 24 horas diárias já não dão conta de tudo o que “preciso” fazer. Mas em meio à rotina frenética e imediatista, Jesus nos oferece uma condição para segui-lo: esqueça seus próprios interesses. Morra para cada um deles.

E Jesus disse aos discípulos: — Se alguém quer ser meu seguidor, esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhe. Pois quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo por minha causa terá a vida verdadeira. O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira? Pois não há nada que poderá pagar para ter de volta essa vida. (Mateus 16.24-26)

Reitero que as palavras de Jesus são para quem quer segui-lo. Pode parecer radical demais, mas seu convite está feito. Precisamos tomar nossa cruz, dia após dia, deixando para trás o orgulho, a autossuficiência, a ganância e as distrações. A porta é estreita e o caminho continua difícil (Mt 7.13-14); quanto menos bagagens carregarmos, melhor. Não quero dizer que devamos viver alienados ao que acontece ao redor – pelo contrário –, mas nada do que é corruptível pode ser nosso tesouro. Nosso coração pertence a Ele.

Estive pensando sobre as renúncias que tenho – e principalmente as que ainda não tenho – feito para viver o evangelho. Cheguei à conclusão de que o egoísmo quer me empurrar uma falsa felicidade goela abaixo, mas quando compartilho algo, sirvo, ajudo ou oro por alguém, seja quem for, há alegria e paz.

O que nos impede de conhecer mais a Deus, por meio de sua Palavra?  O que nos impede de descansar Nele, por meio da oração? Por que não atendemos ao chamado que Ele nos fez, verdadeiramente? Talvez, por indisciplina, inversão de prioridades (também chamada “falta de tempo”), medo ou orgulho… porém, quando trocamos nossa vida errante pela vida que Ele conquistou para nós, somos preenchidos de todas as formas.

Se escolhermos o caminho que Ele nos propôs, teremos muitas renúncias a fazer e “coisas” a perder, mas nada disso pode se comparar à satisfação de estar com Ele.

Por isso nunca ficamos desanimados. Mesmo que o nosso corpo vá se gastando, o nosso espírito vai se renovando dia a dia. E essa pequena e passageira aflição que sofremos vai nos trazer uma glória enorme e eterna, muito maior do que o sofrimento. Porque nós não prestamos atenção nas coisas que se veem, mas nas que não se veem. Pois o que pode ser visto dura apenas um pouco, mas o que não pode ser visto dura para sempre. (2Co 4.16)

Oro para que nossos olhos estejam fitos no Eterno!

Que Deus te abençoe muito! 🙂

No amor de Jesus,

Mari