Se existe algo que me deixa intrigada é o fato de vivermos correndo contra o tempo para conquistar “algo mais”, como se nada bastasse para nos sentirmos felizes e satisfeitos. Até parece que estamos sempre à espera de algum acontecimento que vai mudar nossas perspectivas de vida, ainda que involuntariamente.

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“Quando eu passar no vestibular; quando eu encontrar a ‘pessoa certa’; quando eu comprar meu carro; quando eu conseguir o emprego dos meus sonhos; quando eu tiver minha casa; quando eu conseguir dinheiro; quando eu fizer aquela viagem; quando eu tiver a oportunidade… ficará tudo bem. (E, de preferência, tudo isso até vinte e poucos anos, para eu não sofrer de ansiedade e gastrite nervosa, porque minha geração me ensinou que tem de ser assim.)”

Bem, certo grau de insatisfação é útil quando nos tira de um estado de estagnação, mesmice, apatia e nos instiga a melhorar e a amadurecer. Ótimo! De fato, precisamos mudar de nível. Faz parte da caminhada. Mas até que ponto nossa insatisfação com a vida pode ser saudável?

Olho para a Palavra e vejo que lindo aprendizado Paulo descreve:

Não estou dizendo isso por me sentir abandonado, pois aprendi a estar satisfeito com o que tenho. Sei o que é estar necessitado e sei também o que é ter mais do que é preciso. Aprendi o segredo de me sentir contente em todo lugar e em qualquer situação, quer esteja alimentado ou com fome, quer tenha muito ou tenha pouco. Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação. (Filipenses 4.11-13)

Seja sincero consigo mesmo: você também consegue ser contente em todo lugar e qualquer situação? Isso requer boa dose de confiança em Deus, principalmente quando enfrentamos a dor. Mas quando pensamos em nossa vida à luz da Palavra, compreendemos que Ele é soberano e está nos ensinando a depender de seu amor e de sua graça em todo o tempo.

Repare que Paulo afirma que aprendeu a estar satisfeito com o que tinha, independente do que estava vivendo. Ele passou por altos e baixos, mas estava entregue aos cuidados de Deus, que nos dá a paz que excede todo o entendimento. Em nossa vida cristã, aprender a estar contente em qualquer situação é um processo, resultado de uma rotina de comunhão com o Espírito Santo e de nossas experiências com Ele.

Quando penso em reclamar de algo, lembro-me de todos os favores imerecidos que Ele me faz a cada dia. Mas quando, ainda assim, a insatisfação insiste em tentar ocupar meu coração, trago à memória que só serei plena Nele e nada mais importa. Diante Dele, todo descontentamento se vai.

Por várias vezes, li e ouvi que o ser humano é um eterno descontente. E tenho de concordar, mas apenas se nossa felicidade depender de algo ou alguém que não seja Cristo, que pode suprir todo vazio que tentamos preencher a qualquer custo. Se depositarmos nossa esperança Nele, encontraremos contentamento e descanso até em meio à dor.

Que Deus te abençoe muito! 🙂

Até breve,

Mari