“Talvez nós esperemos que a caminhada com Deus seja indolor, cheia de sorrisos. Pensamos em uma estrada no meio do campo, cheia de árvores em volta, todas floridas na primavera, que enquanto passamos no meio delas, essas docemente sorriem, exalando seu mais doce perfume.
Foi ali, caminhando naqueles corredores brancos, ao lado de minha irmã, que percebi o quanto uma vida com Deus pode ser tantas coisas, menos um passeio na primavera. Enquanto seguia na direção daquele quarto, com meu nariz de palhaço, não conseguia parar de pensar em tudo que aconteceria.
Já se passara alguns meses desde aquele dia, quando minha mãe abriu o envelope e vi as lágrimas escorrendo de seus olhos… ela estava com câncer de mama. Um rapaz recém-saído do ensino médio, com 7 meses de emprego, nunca me sentira tão bem em toda a vida e em alguns segundos, com algumas letras em um papel, algumas poucas palavras, meu chão por alguns instantes desapareceu. Impossível não sentir no mínimo medo. Então acho algo para me apoiar: A Rocha viva, Jesus.
Os dias foram passando, meu pai, com minha mãe nas consultas, eu com minha irmãzinha em casa. Quimioterapia. Dores. Tristeza… Mas o quê? Não era possível entender, de onde vinha tanta garra, tanta força, que a fazia sorrir? Essa força, não vinha dela, não é humana.
Alegria. Sumira o tumor. Festa, com os pés no chão. Algumas semanas, o acharam, ele estava no fígado. Câncer no fígado, agora? Google. Não há mais jeito. Não há operação. Não há médico que cure. Mais Quimioterapia. Mais forças tiradas não se sabe de onde.
Mais um dia comum. O Almoço. Garfo em direção à boca. O pior. Gritos. Minha irmã tinha sido atropelada por um ônibus. Os 2 fêmures fraturados. Perda de carne na tíbia. Mãe em desespero. Eu em oração. Deus no controle.
Hospital público. Tratamento de particular. Prognóstico: 6 meses de internação. Realidade, a que só Deus é capaz de realizar: Em 2 semanas já saíra do hospital. Fisioterapia. Largo o emprego, me agarro a minha mãe e irmã, elas precisam de mim.
Os tratamentos. Minha irmã, milagrosamente se recuperando. Minha mãe, infelizmente sofrendo cada vez mais. Mas inacreditavelmente, ela conseguira ver sua filha a voltar a andar, talvez uma alegria maior que se ela própria tivesse melhorado. Como esse Deus sabe de todas as coisas né?
Hoje, ao olhar para minha irmã, andando ao meu lado, por esse hospital, não consigo esconder as lágrimas. Um milagre vivo ao meu lado, e eu indo encontrar minha mãe numa cama. Chego à porta. Esse caminho nunca durara tanto tempo para mim. Nunca imaginei que ficaria tão hesitante em girar uma maçaneta. Ela reconheceria meu nome? Saberia quem sou eu? Conseguiria me ouvir dizer que a amava? Conseguiria enxergar seus filhos mais uma vez? Uma puxada de ar, um movimento com a mão, alguns passos e estou ao lado de sua cama. Um sorriso, o mais belo que já vi em toda minha vida. Com um esforço sobrenatural, 3 palavras direcionadas a mim: Eu te amo. Uma frase para minha irmã: Seja muito feliz, e mande um beijo pra menina que nós cuidávamos.
Dia seguinte, já é domingo, nem acredito. Os dias passam como se fossem horas, minutos. Minha prima está em meu quarto. Ela não precisa dizer nada, eu já sei. Minha mãe morreu. Abraços. Choro. Algo que não entendo toma meu coração, não pode ser. Paz. A Paz, que excede todo o entendimento, e apenas Deus é capaz de dar. Não importa quem venha me consolar, o consolador já está comigo. Ele cuida de meu coração, chora comigo e seca minhas lágrimas, conhece minha dor, e está aqui para curá-la. Raiva? Não sinto, muito menos de Deus. Por que escrever isto? Talvez você acha tão triste. Sim, é triste. Para que você lembre, que por maior que seja sua dor, Deus está com você. Sei que tudo que passei foi permissão Dele, e que em momento nenhum me desamparou. Não quero viver o que desejo para mim, mas o que O Pai Celestial desejar, e permitir. Em tudo dou Graças. O maior milagre já aconteceu, eu fui feito filho de Deus.”
Jonathas Ferreira
Jonathas é servo do Rei. Trabalha como fotógrafo e designer gráfico e nas horas vagas serve a Deus como o Palhaço Jhon Jhon, além de ser líder de adolescentes em sua congregação
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*Recebi o testemunho dele por e-mail e achei que deveria compartilhar com vocês! Espero que o Senhor tenha falado ao seu coração, através dessas palavras.
Agradecimento especial ao Calebe, por ter transformado o testemunho do Jhon em um conto.
Grata aos dois!
Com amor
Pati Geiger
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