Então Jesus disse aos seus discípulos: Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
Mateus 16.24

Na cabeça dos judeus, o Messias apareceria para governar a nação como um líder político e trazer paz a Israel dos seus inimigos ao redor. Jesus começou a dizer aos Seus discípulos sobre a necessidade de Ele sofrer, morrer e ressuscitar. Pedro, sem entender nada e revelando ter a concepção pré-formada dos judeus, resolve chamar Jesus no canto e tentar convencê-lo a parar com aquelas histórias, pois Ele não morreria. É como se ele dissesse: “Mestre, para de ficar falando pro povo que você vai morrer. Eu não vou deixar que isso aconteça.” Então, Jesus dá uma repreensão nele, utilizando o termo Satanás, revelando que as coisas de Deus ainda não haviam penetrado a mente humana. Mas o que isso tem a ver com o texto acima?

É que em Mateus 16 me parece haver uma conexão entre estes dois relatos (até porque os textos estão em sequência hehehe). Ao ordenar que Seus seguidores tomem sobre si sua própria cruz, Ele dá o exemplo, escolhe morrer. É claro que Jesus não era um suicida. Ele simplesmente estava determinado em fazer voluntariamente a vontade soberana do Pai [embora pareça contraditório].

Cristo diz que aqueles que quiserem segui-lo precisam tomar certas atitudes antes de tomarem a decisão:
1) Negar a si mesmo: compreende a atitude de renunciar a própria inclinação carnal e pecaminosa em reconhecimento do domínio de Cristo sobre a nossa vida (Gálatas 2.20).

2) Tomar a sua cruz: implica aceitar mansamente as consequências de servir ao Senhor. Cristo diz que devemos medir as implicações de segui-lo antes de, de fato, o seguirmos, para não darmos meia-volta quando a coisa apertar. A fé cristã significa rejeições e perseguições de diversos tipos. Somos um povo que confronta o mal que habita no homem (inclusive em nós), e o homem não gosta de ser confrontado. Não devemos nos espantar com isso; pelo contrário! Como disse o próprio Cristo, se não pouparam nem a Ele mesmo, sendo Ele o Filho de Deus, poupariam a nós (Mateus 20.24,25)? Portanto, não devemos estranhar e nem violentamente resistir às dificuldades oriundas do serviço a Deus. Claro que não estou aqui pregando a autoflagelação, ou a voluntária entrega de si mesmo ao flagelo. Você não vai sair na rua como uma camiseta dizendo Me ataquem, sou cristão, pra ficar tirando de mártir depois. Devemos resistir com o poder do Evangelho, mas sempre em mansidão, como Cristo fez diante de Pilatos.

Havendo posto estas duas coisas em mente, resta a decisão:

3) Seguir a Cristo: significa buscar andar no caminho em que Ele andou; agir como Ele agiu; observar o que Ele observou; ser obediente como Ele foi (1 Coríntios 11.1). Se vivemos a vida de Cristo, não mais vivemos a nossa (item 1). Temos o Senhor Jesus Cristo como Salvador e Mestre. Suas palavras são nosso alimento, e nós somos seus escravos voluntários, pois O reconhecemos como Senhor.

Assim como Cristo não comprou a ideia de Pedro, que agiu como porta-voz de Satanás, mas consentiu naquilo que estava preparado para Ele, também nós não podemos comprar a ideia do mundo de um Evangelho sem cruz. Mas temos a certeza de que, ao perdermos a nossa vida, a estamos ganhando (Mateus 16.25).

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