Olá Queridos.

Obrigado pelas orações, pelo investimento e pela preocupação comigo.

Conheci a cidade de Calcutá, uma cidade que é muito importante aqui na Índia e que ficou famosa pelo maravilhoso trabalho da freira Albanesa Agnes Gonxha, que mais tarde viria a ganhar o prêmio Nobel da paz com o nome de Madre Tereza de Calcutá.

Encontrei vários brasileiros trabalhando naquela cidade com o futebol. Aquela cidade ama futebol, e se ama futebol também ama brasileiros.

Ao andar pelas ruas se vê várias bandeiras do Brasil e da Argentina pintadas ou penduradas pelos postes, vários campinhos de futebol e aquela multidão de meninos jogando descalços.  A cidade é bem grande como a maioria das cidades aqui na Índia, estima- se que em sua zona metropolitana vivam aproximadamente 14, 68 milhões de pessoas. Os problemas urbanos são inúmeros. a poluição deve ser um dos mais urgentes por aqui, não existe nenhum órgão que regule o transito, então carro e moto em qualquer estado pode transitar pela cidade, dificilmente se vê o horizonte ou até mesmo céu.

Kolkata( como é chamada aqui na Índia) tem a maior população de rua do mundo, embora a cidade tenha um bom  porte econômico sua aglomeração humana faz com que muitas pessoas vivam na miséria e padeçam pelas ruas, na sua grande maioria crianças órfãs. Missionários de inúmeras nacionalidades tem servido a Cristo e a  essas pessoas .

Nessa mesma viagem, estive pela terceira vez na cidade de BodhGaya, a cidade sagrada do Budismo. É impossível contar quantos templos e monastérios existem espalhados pela cidade, o maior e mais procurado é o “Main Temple”. Esse enorme templo foi construído ao lado da árvore onde acreditam que Buda sentado a sua sombra teve grandes revelações.  Mas, embora essa cidade receba milhares de visitantes por ano, ela é extremamente desestruturada. Na porta dos templos a quantidade de mendigos aleijados é impressionante. Muita gente morre de calor durante o tempo seco, a cidade fica aproximadamente 5 horas sem energia elétrica todo dia, e de dezembro a março muitas pessoas morrem de frio, pois a proximidade com o Himalaya faz com que a temperatura fique abaixo de zero.

O que me marcou dessa vez que estive em Bodhgaya, foi ao sair da praça do templo central e passar em frente a um hospital bem pequeno e com uma multidão de pessoas na porta. Ao olhar aquela multidão, fiquei parado por volta de uns 5 minutos. Ouvi alguns gemidos e me movi mais para o lado pra ver o que era, ao fitar meus olhos entre bicicletas velhas estacionadas na calçada, vi um homem que não devia ser muito velho, mas que estava em um estado deplorável. Seu rosto queimado e machucado pelo sol, cabelo e barba suja e por fazer, roupa velha e rasgada e sua perna direita enfaixada. Ele se arrastava pelo chão gemendo, rodeado de moscas, quando olhei com mais atenção sua perna, vi que a ponta de seu pé não estava enfaixada, e isso me trouxe muita dor, pois os dedos do pé daquele homem estavam podres. Me aproximei um pouco mais, mesmo sem saber o que fazer, nunca havia visto um ser humano exposto a situação dessas, logo um enfermeiro veio e retirou-o do chão e o levou para dentro do pequenino hospital, fui pra casa com aquela imagem na memória e com aqueles gemidos ressoando em meus ouvidos. Mil e um pensamentos se passaram por minha cabeça, mas nenhum deles se transformou em ação.

Sai de Bodhgaya e depois de 13 horas de trem fui para uma cidade ao lado de New Delhi, chamada Gurgaun. uma cidade industrial e bem desenvolvida,repleta de prédios de arquitetura moderna pertencentes a multinacionais.  Nessa cidade brasileiros também tem atuado com escolinhas de futebol e alcançado famílias da classe média indiana.

Fico pensando em quanta diferença existe no mundo. Só nessa viagem de uma semana vivenciei três mundos completamente diferentes sendo o mesmo povo e o mesmo país.O quanto escolhemos viver limitados ao cenário que nos é comum e rotineiro. Não sei lhes contar quantas vezes sinto vontade de voltar para o Brasil, mas todas as vezes Deus me faz lembrar da visão de Pedro em Atos 10, ele me faz lembrar que Ele não faz acepção de pessoas. Isso me faz me abrir para o diferente e entender que o evangelho todo é para todos os homens.

Obrigado pelo apoio

No amor de Cristo

Saulo Augusto teu servo

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