falhamos

Falhamos. Estou certo de que erramos. É provável que daqui a poucas horas, ou minutos, ou segundos eu e você iremos falhar. Sim, é o que melhor sabermos fazer: errar. Acertamos somente em errar e, até quando acertamos, erramos. Amamos e abraçamos todos os dias o erro, pois não há um dia em que conseguimos fugir deles. Falhamos em amar, falhamos em ser amados. Vivemos errando, erramos na vida. Eu estava tentando me lembrar de quantas vezes eu falhei, e falhei por não conseguir.

Quando acordamos, nem sempre é na hora certa. Ao andarmos, tropeçamos. Nem sempre acertamos o caminho para onde ir. Nem sempre acertamos o alvo. Mesmo os melhores esportistas do mundo erram mais do que acertam. Acertar sempre é um desafio. E parece que, muitas vezes, temos prazer em cometer erros. Falhamos em casar, falhamos ao separar. Falhamos ao presentear, falhamos em não presentear. Falhamos sempre, falhamos até ao falhar. Quando estudamos, facilmente erramos. Precisamos de professores – que também erram – para nos ajudarem a falhar menos. Mesmo quando tiramos nota máxima em uma prova, foi preciso falhar muito antes. Até pra acertar, precisamos errar. Do contrário, erraríamos.

Nossa memória sempre erra, nossa mente nos engana, os sentidos nos confundem, temos falsas certezas, nosso corpo cansa, somos assim. Seria tão difícil lembrarmo-nos de alguma vez em que nos arrependemos por escolhas que fizemos? Por algo que compramos? Por algo que falamos? Sem querer, falhamos. Sem perceber, erramos. Lidamos desde criança com nossos erramos, mas ainda falhamos em não admiti-los. Falhamos em festejar, falhamos em nos alegrar, falhamos em chorar, falhamos em beber, falhamos em fumar, falhamos até em comer. Ao brigar, erramos. Ao não perdoar, erramos. Mentimos quase sempre que erramos e sempre que mentimos, erramos.

Talvez um dia pudéssemos não falhar, mas preferimos falhar. Talvez não fomos feitos para falhar, mas mesmo assim falhamos. Encontramos erros nos livros, erros em revistas e é só abrir o jornal para lermos erros e mais erros de gente como nós. Podemos falhar até em desejar nunca falhar. O governo que nos representa é falho. Talvez porque represente gente que é falha. Erramos quando lideramos, erramos quando somos liderados. Falhamos no amor ao próximo, falhamos no amor a Deus.

E mesmo que muitos leiam este texto, poucos reconhecerão suas falhas. Pois há uma grande falha em nós em odiarmos o que é não é falho. Sim, é o nosso pior erro. Erramos em odiar o perfeito, por sermos imperfeitos. Somos tão falhos que falhamos em amar a um Deus perfeito. Falhamos em não reconhecer que Deus deve reinar em nossas vidas. Erramos em não reconhecer que “Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer.” (Rm 3:10-12). Esse é o retrato da humanidade: “O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal.” (Gn 6:5).

Falhamos tanto que um Deus perfeito, querendo nos fazer acertar, enviou seu próprio filho, a saber, Jesus Cristo, para que morresse na cruz pela nossas falhas e vencer a morte por ser o próprio Deus. Somente por meio de Jesus é que todo esse quadro pode ser diferente. Nossos acertos dependem de Deus. É Ele quem faz com que creiamos em Cristo. Do contrário, falharíamos. E deste modo, garante-nos o maior acerto de todos: podermos amar a Deus. Se eu continuasse a listar todos os nossos erros, este texto não haveria fim e, com certeza, eu erraria esquecendo-me de muitos. Mas a pior falha de todas é esta que Jesus afirmou a nós (e de nós): “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.” (Mt 22:29).

Boa sexta!

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